Um importante surto de chikungunya poderá ocorrer no Brasil ao longo dos próximos dois anos, com as áreas mais afetadas sendo o Nordeste e a faixa litorânea na região Sudeste.
A previsão foi feita na terceira edição do programa de TV Ciência Aberta, no dia 5 de junho, por Maurício Lacerda Nogueira, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, e corroborada por estudo preditivo realizado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo em parceria com o Instituto Butantan.
O programa, produzido pela FAPESP e Folha de S.Paulo, tratou das arboviroses, as doenças transmitidas por mosquitos. Quatro vírus veiculados pelo Aedes aegypti – dengue, chikungunya, zika e febre amarela – propagaram-se pela população brasileira em anos recentes e produziram um pico epidêmico entre 2015 e 2017.
Os estudos mostram que o máximo de ocorrência da chikungunya ainda está por ocorrer. Essa doença é grave não apenas pelo episódio agudo em si, mas também pelo fato de poder deixar, como sequela, uma artrite crônica, que eventualmente incapacita a pessoa a exercer sua atividade profissional.
Nogueira, professor na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), ressaltou que o zika e a chikungunya não entraram no país trazidos pelos próprios mosquitos, mas por humanos.
“Hoje, vivemos uma situação em que todos os lugares do mundo se tornaram muito próximos. Saímos de São Paulo e, em menos de 24 horas, podemos estar no leste da Ásia. Milhões de pessoas estão indo e vindo a todo momento. E, eventualmente, algumas delas chegam doentes. No caso, chegaram trazendo vírus que encontram uma situação extraordinária para se propagar: uma população totalmente naive [“ingênua”] e um país infestado de mosquitos. Então, vivemos com o zika a ‘tempestade perfeita’. E vamos viver ainda a ‘tempestade perfeita’ de chikungunya. Podemos mitigar, mas não há nada que possamos fazer para evitar”, disse.
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Fonte: MSN - Saúde