A filial do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) na região Sul do Brasil, o Cesar Sul, teve seu credenciamento no Comitê Assessor de Tecnologia da Informação aprovado na cidade de Curitiba (PR), onde opera. Com a regularização, o instituto de inovação agora pode disputar recursos da Lei de Informática destinados àquela região. O superintendente do Cesar, Sérgio Cavalcante, explica que com a aprovação, a unidade terá mais oportunidades de realizar negócios.
“Como Curitiba já tem leis de incentivo próprias, era muito difícil fazer com que as empresas de lá gastassem conosco. Agora, a partir da filial, podemos fazer contratos para as regiões Sul e Sudeste que se valem da Lei de Informática”, conta Cavalcante. A filial do Cesar existe desde abril do ano passado, mas seu credenciamento demorou um ano inteiro para ser aprovado.
“Há uma burocracia imensa para abrir a filial. Primeiro, porque nosso credenciamento daqui não pode simplesmente migrar para lá. Depois, há várias restrições com relação aos recursos que a matriz pode usar na filial”, conta Cavalcante.
Atualmente, a unidade possui dez funcionários, entre especialistas em desenvolvimento de software e analistas. “A unidade tende a crescer, mas o foco maior lá é a gestão. O Cesar Sul trabalha muito mais vendendo inovação às empresas e criando protótipos. É o que chamamos de outsourcing de inovação”, diz. Cavalcante explica, ainda, que o foco da unidade é a formação de parcerias e desenvolvimento conjunto com os clientes e, que justamente por isso, o time não precisa ser grande.
A experiência adquirida no credenciamento da filial Sul pode abrir caminho para a criação de outra em São Paulo. Segundo o superintendente do Cesar, o instituto estuda a possibilidade de abrir um centro de pesquisa e desenvolvimento na capital paulista. Por enquanto, tudo vai ficar na intenção. “É provável que a partir da experiência adquirida na filial de Curitiba a gente abra filiais em outros lugares. Mas ainda não temos o mapeamento de onde seria possível realizar essa operação”, diz.
“Tudo que é relativo a abrir e fechar negócios no Brasil é extremamente complexo. Em Curitiba, por exemplo, poderíamos ter aberto apenas uma unidade de negócios, como a que existe em São Paulo. Mas lá há leis de incentivo que nos interessam. Em São Paulo, acontece a mesma coisa. Abriríamos uma filial para conseguirmos captar recursos da Fapesp. Mas primeiro temos que saber se isso é possível”, conta Cavalcante.
“A abertura de uma filial também depende do modelo de inovação adotado. Num modelo interno, onde desenvolvemos a inovação e procuramos um cliente, não é preciso ter uma filial. Mas quando vamos até o cliente e vemos o que ele precisa, é necessário desenvolver a quatro mãos. Nesse caso, é preciso estar presente”, completa.
Crise
Mesmo com os resultados positivos da filial e o projeto de abrir outras no País, o superintendente do Cesar afirma que ainda é cedo para dizer que o fantasma da crise está afastado do centro. Ele conta que está otimista quanto aos resultados do instituto para 2009, mas que o ano ainda deve ser enxergado com cautela.
“Como uma grande fatia dos clientes do Cesar é composta por empresas internacionais, a gente acaba entrando mais cedo e saindo mais tarde de qualquer crise. Estamos confiantes, mas ainda estamos observando”, diz.
“De qualquer forma, achamos que nossa receita vai aumentar porque os recursos das leis de informática têm que ser gastos até março do ano que vem. Esses recursos não foram gastos até agora justamente porque as empresas estavam cautelosas. Nossos analistas dizem que a partir de setembro deve haver uma melhora”, afirma. (J.W.)