Região apresenta densidade médica acima da média nacional, mas depende fortemente da concentração no Distrito Federal
São Paulo, 7 de maio de 2025 – A nova edição do estudo Demografia Médica no Brasil, lançada pela Faculdade de Medicina da USP no último dia 30 de abril, mostra que a Região Centro-Oeste possui um dos melhores indicadores de densidade médica do país: são 2,72 médicos por mil habitantes, acima da média nacional de 2,61. Esse desempenho é fortemente puxado pelo Distrito Federal, que lidera o ranking nacional com impressionantes 5,71 médicos por mil habitantes.
No entanto, o estudo evidencia um grande desequilíbrio interno. Estados como Mato Grosso e Goiás têm concentrações muito menores fora das capitais, e diversos municípios de pequeno e médio porte continuam enfrentando escassez de médicos, especialmente de especialistas.
“O Centro-Oeste possui uma das maiores densidades médicas do país, mas enfrenta desigualdades internas que precisam ser abordadas para garantir acesso equitativo à saúde. A dificuldade de fixação de profissionais em regiões mais afastadas dos grandes centros continua sendo um dos principais entraves à ampliação do acesso à saúde”, analisa o Dr. Mário Scheffer, coordenador da Demografia Médica e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
A expansão de cursos de Medicina foi marcante na última década: o número de escolas médicas praticamente dobrou na região, com destaque para os estados de Goiás e Mato Grosso. A maioria das novas vagas foi aberta por instituições privadas, muitas delas localizadas em centros urbanos de médio porte. Apesar do aumento na formação, os cursos públicos ainda têm capacidade limitada e há concentração de vagas em cidades que já possuem alguma infraestrutura assistencial consolidada.
O estudo também aponta que o Centro-Oeste concentra apenas 7,7% dos médicos residentes do país, um número abaixo da sua participação na população brasileira, o que indica uma baixa oferta de programas de residência médica na região. Isso afeta diretamente a formação de especialistas e contribui para o êxodo de recém-formados para regiões como Sudeste e Sul, em busca de qualificação.
Outro ponto de destaque é o baixo número de especialistas em áreas estratégicas no interior dos estados, como anestesiologia, radiologia e medicina intensiva. A ausência desses profissionais compromete a realização de cirurgias e procedimentos de média e alta complexidade pelo SUS, limitando o alcance da assistência especializada fora das capitais.
SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL
A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 foi lançada no dia 30 de abril e é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.
A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo:
A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica.
Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade.
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