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Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos é aliado de empresas (1 notícias)

Publicado em 20 de dezembro de 2004

Por Alessandra Greco escreve para 'O Estado de SP':
Um grafite mais resistente, mais macio e mais firme. Foi isso que a empresa Faber-Castell pediu ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), que reúne 27 professores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Unesp, da USP e do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen). Coordenado pelo professor Elson Longo, da UFSCar, o CMDMC achou a solução e hoje a empresa está usando o novo grafite. Longo tem um histórico respeitável de trabalhos de excelência em parceria com a indústria à frente do Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (Liec), que faz parte do CMDMC. 'A interação com a indústria traz novos desafios', diz ele, que nos últimos 14 anos tem parceria com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para melhorar sua produtividade. O trabalho começou com a solução de um problema no queimador cerâmico, responsável pelo aquecimento do minério de ferro que vai dar no aço, produto final da empresa, em 1989, e continuou com, por exemplo, a mudança dos refratários usados para produzir aço. 'Nesse período, foram aproximadamente US$ 85 milhões de economia. E mais: hoje o refratário é o oitavo custo do aço e em 1991 era o terceiro', afirma. Hoje há um grupo de pesquisadores trabalhando na CSN para desenvolver novos materiais cerâmicos e metalúrgicos. Atitude similar à adotada agora pela Faber-Castell, que contratou um doutorando e um pós-doutorando do Liec para trabalhar na empresa. Para alcançar esses resultados, ele acredita ser necessário também equipe multidisciplinar e forte interação com grupos de pesquisa de todo o país. Trabalhamos com grupos em Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Araraquara e outros', informa. O CMDMC tem um orçamento anual de aproximadamente R$ 3 milhões. Mas o verdadeiro segredo do sucesso talvez esteja em uma característica muito particular. "Se não for gente boa, a gente não deixa trabalhar aqui', diz, rindo, Edson Leite, professor no Liec, que foi aluno de Longo e tem um bom humor igual ao do chefe. (O Estado de SP, 19/12)