O físico Vanderlei Bagnato anda para cima e para baixo no Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CePOF) da USP em São Carlos.
A cada três passos encontra alguém e já começa a falar (ou começam a falar com ele) sobre alguns dos projetos que estão sendo feitos no centro coordenado por ele e do qual fazem parte também a Unicamp e o Ipen.
O centro tem hoje 120 pessoas, um orçamento de R$ 4,5 milhões e uma visão. Trabalhamos na fronteira do conhecimento, fazendo pesquisa básica de qualidade', diz Bagnato.
'E parte do tempo é dedicada a tornar descobertas tecnologias úteis para a sociedade.' O CePOF já registrou 22 patentes e montou empresas com faturamento anual de R$ 14 milhões, criando uma interação que, segundo Bagnato, também ajuda o centro a ser inovador.
Com projetos em diversas áreas, entre elas medicina, o centro impulsionou o desenvolvimento da fototerapia dinâmica, um tratamento a laser para câncer.
Já utilizamos a técnica em mais de 450 pacientes com câncer de mama, pele, boca, esôfago e bexiga com resultados expressivos', conta Bagnato, que trabalha em parceria com o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, nessa área.
A técnica tem menos efeitos colaterais do que tratamentos tradicionais, como quimioterapia e radioterapia.
Esse trabalho pressupõe também uma característica apontada por Bagnato como importante para o sucesso: a multidisciplinaridade. Temos médicos, biomédicos, farmacêuticos, dentistas trabalhando aqui', explica.
'A óptica encontra fantásticas aplicações na vida. Isso a torna multidisciplinar na essência.'
Os físicos, obviamente, também têm seu espaço no centro, trabalhando, por exemplo, na construção de um relógio atômico. 'Vamos fazer parte de uma nova geração de padrão de tempo mundial', diz Bagnato.
Na área administrativa, ele aplica uma receita simples de sucesso. "O dinheiro fica no banco. Deixo as pessoas trabalhar e cobro os resultados deles e de mim mesmo'.
(O Estado de SP, 19/20)
Notícia
Jornal da Ciência online