O Centro de Estudos em Analytics e Políticas de Segurança (FGV Analytics), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp), irá abordar as principais demandas da sociedade recebidas pelos canais oficiais. Esses dados serão usados para criar uma agenda de problemas que ajudará na elaboração de soluções por meio da análise e do tratamento das informações. Saiba mais!
O FGV Analytics e a pesquisa em Segurança Pública
Além da participação da polícia, os pesquisadores do Centro de Analytics da FGV também se envolverão na discussão e na resolução desses problemas. O objetivo é estabelecer uma estrutura de pesquisa que agilize o uso de dados para influenciar o processo decisório no planejamento e na formulação de políticas públicas.
Em 2022, a Polícia Militar recebeu 18 milhões de chamadas relacionadas a 106 tipos diferentes de problemas. A maioria dessas chamadas estava relacionada à perturbação de sossego, à averiguação de suspeitos e à violência doméstica, representando 62% da demanda.
Segundo o coordenador João Henrique Martins do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da SSP e vice-diretor do FGV Analytics, muitos desses crimes têm uma dimensão digital, envolvendo redes sociais e comunicação on-line. A parceria com a universidade visa aprimorar a precisão e a eficiência na resposta a essas demandas.
A universidade também contribuirá para elevar o nível do debate público sobre segurança por meio da análise de dados e da pesquisa científica. O diretor do FGV Analytics, João Luiz Becker, destacou que a prevenção e a redução de crimes são desafiadoras e requerem uma compreensão profunda da complexa estrutura e dinâmica dos fatos, que pode ser facilitada pelos recentes avanços em ciência de dados.
O primeiro foco de pesquisa do FGV Analytics será a região conhecida como Cracolândia no centro de São Paulo. O objetivo é desenvolver um sistema de monitoramento e avaliação para entender a situação das pessoas em situação de rua e adictos, diferenciando esses grupos e medindo seu tamanho diariamente.
As informações coletadas serão compartilhadas com agências em campo, como as polícias e secretarias de saúde e assistência social, para apoiar a formulação de políticas com base em dados de inteligência artificial.
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