O Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes foi inaugurado na última terça-feira, dia 4, no campus do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), em solenidade que contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.
Resultado da evolução de um programa de pesquisa em nanotecnologia iniciado em 1999 no LNLS, o novo centro reúne, em uma área construída de 2,2 mil metros quadrados, um conjunto de laboratórios dedicado ao estudo das propriedades de materiais em nível atômico e molecular.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) investiu R$ 6 milhões nas obras do prédio, e a Fapesp, US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 4,2 milhões) para a compra de equipamentos, entre eles o microscópio eletrônico de transmissão analítica para nanocaracterização de materiais.
As instalações do centro funcionarão de forma integrada com as estações experimentais da fonte de luz síncrotron, uma radiação eletromagnética intensa produzida por elétrons de alta energia em um acelerador de partículas. A luz síncrotron abrange uma ampla faixa do espectro eletromagnético: raios X, luz ultravioleta e infravermelha.
Cesar Lattes
"Por funcionar junto ao LNLS, esse novo centro de pesquisa, que leva o nome de um símbolo de ciência brasileira com quem tive a oportunidade de compartilhar experiências quando fui professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), abriga um conjunto de facilidades que fazem com que esteja na fronteira do conhecimento e seja, de longe, um dos mais completos centros de pesquisas em física, química e biologia no hemisfério Sul", disse Rezende. "As instalações do Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes também serão utilizadas em forma de rede por pesquisadores de todo o mundo, em especial da América Latina, com vistas a contribuir para o desenvolvimento da ciência nacional e internacional", afirmou o ministro.
Após comentar que "todas as homenagens a Cesar Lattes são poucas pelo que ele representa para a comunidade científica e para o Brasil", Lula preferiu falar sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Ciência e Tecnologia, aprovado em 2007 e que prevê investimentos de cerca de R$ 41,5 bilhões no setor nos próximos três anos.
"Eu penso que, para não dizer pela primeira vez, há muito tempo o Brasil não via um programa em ciência e tecnologia tão arquitetado e que envolve praticamente todos os setores da sociedade que discutem ciência e tecnologia neste país. O arcabouço deste programa foi construído por vários ministros e pesquisadores brasileiros", destacou.
"Quando eu deixar a Presidência da República, o PAC da C&T vai continuar, porque ele não é um programa do ministro ou do presidente, mas um programa da comunidade científica brasileira que tem dinheiro no cofre para gastar até 2010. Esse tipo de iniciativa muda a cara dos investimentos em pesquisa no País", disse, comunicando que o orçamento do MCT passou de R$ 1,8 bilhão para R$ 4,5 bilhões. (Agência Fapesp)