LONDRES - Mal os telefones celulares se tornaram um meio de comunicação do cotidiano, acessível a quase todos os países ricos, vem ai uma nova revolução tecnológica. Grandes empresas de telecomunicações e universidades estão se associando para desenvolver tecnologias para que os telefones celulares possam receber imagens de televisão, assim como ligar para o escritório e dar ordens a seus microcomputadores com a voz.
Cientistas de vários países se reuniram recentemente na Alemanha para comprimir as imagens de TV, de forma que possam ser transmitidas por sistemas de telefonia celular, revelou o jornal inglês The Sunday Times. Isto também aceleraria a transmissão de imagens através de linhas telefônicas comuns. As possibilidades de aplicação são enormes, desde teleconferências à TV interativa.
O chamado Grupo de Especialistas de Imagens em Movimento está avaliando proposta de empresas, como a AT&T, Microsoft e Texas Instruments, e realizando 25 experiências em busca de uma tecnologia-padrão para tentar atingir o objetivo até 1998. A indústria já estabeleceu padrões para comprimir imagem de vídeo em discos rígidos, CDs e outros equipamentos com grande capacidade de armazenagem de dados. Elas podem ser transmitidas a velocidades de vários megabits por segundo.
Soldados - Com a nova tecnologia em fase de pesquisa, será possível transmitir imagens, por exemplo, de soldados feridos no campo de batalha para um hospital, ou permitir operações cirúrgicas de emergência à distância com robôs. Seria possível enviar imagens de frentes de combate na Bósnia para que os comandantes tomassem decisões em Sarajevo, no quartel-general da Otan, em Bruxelas, ou no Pentágono, em Washington. Outra vantagem: a compressão das imagens evitaria os congestionamentos de linhas que já perturbam os 45 milhões de usuários da Internet. A interatividade também permitiria comprar à distância em lojas e supermercados.
Ao mesmo tempo, a Alcatel, IBM, Nokia, Nortel e Siemens estão desenvolvendo tecnologia para acionar computadores à distância pelo telefone. Com o videofone celular, seria possível consultar planilhas e bancos de dados sem necessidade de carregar um micro portátil.
O projeto Aurora prevê a inclusão de equipamentos de reconhecimento da fala no telefone ou videofone. Sai mais barato processar a voz antes da transmissão do que eliminar ruídos eventuais e reconhecer o erro na outra ponta da comunicação. Assim, um sinal de má qualidade apenas reduziria a velocidade de transmissão, sem alterar a mensagem.
Notícia
Jornal do Brasil