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Célula a combustível é foco de interesse de nacionais (1 notícias)

Publicado em 31 de agosto de 2004

Empresas como Eletropaulo, Petróleo Brasileiro (Petrobras), Mercedes-Benz e Volkswagen estão interessadas no programa de desenvolvimento de célula a combustível no Brasil. A tecnologia, que permite a geração de energia elétrica através de energia química, é desenvolvida pela Electrocell, empresa que é consultada frequentemente a respeito das possíveis aplicações da célula a combustível. A Eletropaulo, que pretende adicionar o novo recurso à sua área de atuação, investiu R$ 1,7 milhão no projeto de desenvolvimento da primeira célula a combustível do Brasil, realizado em parceria com a Electrocell. A Petrobras pretende tornar-se parceira da Electrocell pois o gás natural produzido pela petroquímica é fonte de obtenção de hidrogênio, o que torna a Petrobras fornecedora de matriz energética para células a combustível. Já a Volkswagen e a Mercedes-Benz estudam utilizar a célula como combustível para seus caminhões. De acordo com Volkmar Ett, diretor da Electrocell, a Empresa Metropolitana de Transportes - Urbanos de São Paulo (EMTU) receberá, nos próximos dois anos, oito ônibus movidos a células a combustível das Nações Unidas, para ajudar no combate à poluição do ar. A primeira célula a combustível do Brasil foi inaugurada ontem no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP). O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e o presidente da AES Eletropaulo, Eduardo Bernini, participaram do acionamento da célula, que opera no fornecimento de energia para o Cietec. Eduardo Campos ressaltou a importância do programa de utilização do hidrogênio como combustível e disse que um país com a diversidade de matriz energética natural como o Brasil deve investir em pesquisa para avançar tecnologicamente. A verba do ministério para esta linha de pesquisa corresponde a R$ 8 milhões em 2004. Volkmar Ett afirma que o investimento feito pela Eletropaulo corresponde a um terço dos recursos levantados para o projeto. O restante resultou de incentivos da Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Eduardo Bernini afirma que a parceria com a Electrocell pode trazer à Eletropaulo benefícios como a diversificação de seus produtos e serviços e uma imagem positiva frente ao consumidor. Sendo a célula a combustível um gerador de energia elétrica limpa a partir de matrizes renováveis, esta tecnologia apresenta condições ambientalistas correias. "A célula utiliza fontes renováveis e libera apenas calor e água", explica. Segundo Bernini, a empresa não tem a intenção de se transformar em geradora de energia. A Eletropaulo vai manter suas atividades de distribuição, porém as células a combustível permitirão que áreas mais afastadas, que necessitariam de instalação de novas linhas, sejam abastecidas por este novo recurso. Bernini completa que aproximar o gerador de energia do local onde ela será utilizada diminui custos na produção. Ele afirma que a inovação só será viável quando o custo para o consumidor for compatível com as tarifas. Volkmar Ett diz que a Electrocell pretende tornar-se fabricante de células a combustível. "Por enquanto, não temos infra-estrutura para uma produção em escala e há dificuldades na obtenção de hidrogênio". Segundo o executivo, a Electrocell precisa de mais incentivo para desenvolver novas células, mais compactas e potentes. Maria Cláudia Almeida