Produtos feitos com resinas constituirão foco relevante das iniciativas do CCD Circula – Centro de Ciência para o Desenvolvimento de Soluções para os Resíduos Pós-Consumo: Embalagens e Produtos, projeto lançado há um ano que congrega institutos de ensino e pesquisa, empresas e entidades setoriais em prol do desenvolvimento de soluções para os resíduos pós-consumo (embalagens, não somente plásticas, e os produtos que elas acondicionam).
Universidades de São Paulo e de Campinas, Braskem, Natura, Ambev, Associação Brasileira de Embalagens, são alguns dos mais de trinta integrantes desse projeto liderado pelo Ital – Instituto de Tecnologia de Alimentos.
Esse projeto, relata Silvia Tondella Dantas, diretora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea)), do Ital, nasceu de uma iniciativa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que lhe destinou cerca de R$ 8 milhões para um período de cinco anos, exigindo contrapartida financeira equivalente das empresas participantes do projeto, além de contrapartida institucional – recursos materiais e de pessoal – das instituições de ensino e pesquisa.
O projeto trabalha com cinco grandes plataformas de pesquisa: gestão e inovação para a economia circular nas organizações e cadeias; mitigação do impacto de resíduos orgânicos; design, materiais e tecnologias inovadoras; tecnologias de reúso e reciclagem; educação e cultura para a economia circular.
“No caso dos plásticos, eles envolvem, entre outros temas, possibilidade de uso de mais plásticos, além do PET, em contato com alimentos, estudando possíveis contaminantes, vendo o que pode substituí-los”, detalha a pesquisadora.
A propriedade intelectual decorrente das pesquisas será das instituições diretamente envolvidas no projeto, sendo que as empresas que atuaram na fundação do CCD Circula terão prioridade e condições especiais em seu licenciamento.
Integra esse projeto também o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, vinculado ao governo paulista, que recentemente criou um Núcleo de Sustentabilidade e Baixo Carbono, cujas pesquisas podem se relacionar com a cadeia do plástico. Cláudia Echevenguá, responsável por esse núcleo de pesquisas sobre a reciclabilidade de produtos têxteis, informa que “discutimos a criação de algo como um selo IPT, que certifique que um produto tem materiais já utilizados anteriormente. Avaliaremos também as especificações técnicas desses materiais.”