Os casos de dengue no ABC registraram aumento expressivo de 2023 para 2024, com alta de 6.622%. Para se ter ideia, o número de registros saltou de 729 para 49.009, e os óbitos subiram de zero para 29 no período. Diante desse cenário alarmante, os municípios intensificaram ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, incluindo campanhas de vacinação e medidas preventivas.
São Bernardo, por exemplo, confirmou 12.536 casos de dengue em 2024, dos quais 12.252 são autóctones e 284 importados, além de 16 óbitos relacionados à doença. Esse número representa um aumento de 13.828%, já que em 2023 foram registrados apenas 90 casos (33 autóctones e 57 importados), sem óbitos. Na cidade, a vacinação é oferecida em todas as 34 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com 2.789 pessoas já imunizadas.
Mauá registrou 11.474 casos de dengue em 2024, um aumento de 14.610% em relação aos 78 casos de 2023. O município contabilizou 11 óbitos este ano, contra nenhum no ano anterior. Desde junho, a vacinação está disponível para crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 14 anos em todas as 23 UBSs, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A imunização segue as diretrizes do Ministério da Saúde, exigindo apresentação de documentos e um intervalo de seis meses para quem já teve a doença. A Prefeitura não informou quantas doses foram aplicadas.
Santo André apresentou 13.648 casos de dengue em 2024, em comparação aos 280 de 2023, o que representa alta de 4.776,43%. Apesar do aumento, não foram registrados óbitos. A vacinação ocorre nas 34 UBSs, com 9.757 doses aplicadas até o momento. A Prefeitura intensificou ações como bloqueios, campanhas educativas e coordenação de um Comitê Municipal de Prevenção e Combate ao Aedes, com reuniões periódicas para monitorar a situação.
Diadema registrou 10.444 casos de dengue em 2024, contra 253 no ano anterior, com aumento de 4.028%. Não houve óbitos em nenhum dos dois períodos. A vacinação para jovens de 10 a 14 anos está disponível nas 20 UBSs da cidade, com 7.399 doses aplicadas até agora. Para conter a proliferação do mosquito, o município intensificou ações como nebulização, bloqueios sanitários e mutirões de conscientização.
Rio Grande da Serra viu os casos saltarem de cinco, em 2023, para 221 em 2024, uma alta de 4.320%. Até agora, 201 pessoas do público-alvo foram vacinadas. A cidade realiza trimestralmente as ADLs (Avaliações de Densidade Larvária), vistoriando cerca de 1.920 casas por ano, e monitora 15 pontos estratégicos, como cemitérios e ferros-velhos, a cada 15 dias. Não houve óbitos registrados em nenhum dos dois anos.
Ribeirão Pires contabilizou 686 casos de dengue em 2024 (433 autóctones e 253 importados), contra 23 no ano anterior, com um aumento de 2.882%. O município registrou um óbito em 2024, enquanto 2023 não teve vítimas fatais. A vacinação é oferecida nas 10 UBSs, com 700 doses já aplicadas. A cidade mantém 900 armadilhas para monitorar a presença do mosquito e realiza atividades educativas nas escolas.
São Caetano apresentou 8.756 casos de dengue em 2024, representando um aumento de 11.574% em relação aos 75 registrados no ano anterior. A cidade não informou dados sobre óbitos ou números atualizados até o fechamento desta reportagem.
Vacina entregue à Anvisa
Nesta segunda-feira (16/12), o Instituto Butantan entregou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a última etapa de documentos necessários para aprovação de uma nova vacina contra a dengue, a primeira no mundo em dose única. Caso aprovada, o instituto prevê a produção de até 100 milhões de doses para o Ministério da Saúde nos próximos três anos.
Os ensaios clínicos da vacina Butantan-DV, concluídos em junho após cinco anos de acompanhamento, demonstraram uma eficácia de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos, segundo estudo publicado na revista New England Journal of Medicine.
Agora, cabe à Anvisa avaliar os documentos para autorizar a produção em larga escala.