LSM - O Brasil apresentou uma queda expressiva de 76,2% nos casos de dengue no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, até o final de junho foram registrados 1,49 milhão de casos, contra 6,27 milhões em 2024, ano em que o país bateu recordes históricos de infecções e mortes pela doença.
Em relação aos óbitos, a redução também foi significativa: 1.442 mortes nos primeiros seis meses deste ano, contra 6.034 no mesmo período de 2024 – uma queda de 76,1%.
Segundo o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto Emílio Ribas, a diminuição se deve, principalmente, ao comportamento cíclico da dengue:
“Após um ano epidêmico, como foi 2024, há uma redução natural de casos devido ao aumento da imunidade da população ao sorotipo predominante. Ações de controle vetorial e maior vigilância também contribuíram”, explicou.
Apesar da melhora, o cenário ainda preocupa. Apenas com os números do primeiro semestre, 2025 já ocupa o quinto lugar com mais casos e o segundo com mais mortes em toda a série histórica iniciada no ano 2000.
O Ministério da Saúde segue em alerta e destaca a importância da vacinação como parte da estratégia de combate à doença. Desde 2024, a vacina Qdenga, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda, passou a integrar o Calendário Nacional de Vacinação, mas ainda é aplicada apenas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em regiões com alta incidência de dengue. A Anvisa autorizou o imunizante apenas para pessoas de 4 a 60 anos, com base nos estudos clínicos.
Com a oferta limitada do imunizante, especialistas alertam que a cobertura vacinal ampla ainda levará anos. No entanto, há uma perspectiva positiva: a Anvisa está analisando uma nova vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, que apresentou eficácia semelhante à Qdenga nos testes clínicos e tem a vantagem de ser aplicada em dose única, o que pode acelerar a vacinação em massa nos próximos anos.