UM estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo comprovou que mais da metade dos motoristas de caminhão do Estado de São Paulo sofre de lombalgia, uma das principais causas de afastamento temporário e permanente do trabalho no Brasil.
Para investigar a prevalência e os fatores de riscos relacionados à ocorrência de dor lombar, a fisioterapeuta Silvia Ferreira Andrusaitis avaliou 410 caminhoneiros do sexo masculino com média de dez horas de trabalho diário cada um. Todos tinham mais de um ano de profissão e não apresentavam lombalgia antes do exercício da profissão.
"A aplicação dos questionários constatou que a dor na coluna lombar atinge 59% dos caminhoneiros. Para cada hora de trabalho, o risco de o motorista ter lombalgia aumenta em 7%",disse Silvia à Agência Fapesp. Os resultados do estudo mostraram ainda que 77% dos entrevistados não praticavam qualquer atividade física.
O questionário abordou fatores como idade, prática de atividade física e esportiva, hábitos gerais de saúde e questões relativas ao exercício profissional. O exercício focalizou caminhoneiros que trabalhavam nas rodovias paulistas Castelo Branco, Raposo Tavares e Senador José Ermírio de Moraes, entre os meses de março e novembro de 2003.
O principal fator de risco é a relação do número de horas de trabalho diário com ocorrência da dor lombar. Quanto mais o profissional dirige, mais risco de corre de sofrer as conseqüências da lombalgia, afirma Sílvia.
Ela explica que as dores freqüentes na coluna lombar podem acarretar doenças mais sérias, como a hérnia de disco. "A lombalgia nada mais é do que um comprometimento do disco intervertebral que leva a uma degeneração da coluna, o que pode acarretar doenças mais complexas", disse.
O risco também constatou que 17,4% dos motoristas de caminhão faltou pelo menos uma vez ao trabalho, no período analisado, por causa das dores nas costas.
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