Unidade está localizada no campus da USP e tem capacidade para fazer de 25 a 30 atendimentos ao mês. Programa de produção da terapia em larga escala foi lançado nesta terça-feira (14).O centro de produção da terapia genética conhecida como CAR-T Cell (entenda mais abaixo), que combate o câncer utilizando as próprias células de defesa do paciente, deve ficar pronto em Ribeirão Preto (SP) na segunda-feira (20), informou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
A informação foi dada nesta terça-feira (14) durante o lançamento do programa do Governo de São Paulo que prevê a produção em larga escala da terapia.
Segundo ele, o núcleo, batizado como Nutera, vai ficar no campus da USP e terá 12 unidades de produção da terapia, com capacidade para fazer de 25 a 30 atendimentos a pacientes por mês.
"Está em estágio avançado de obras, na realidade, na parte final das obras, com previsão de estar pronta no dia 20 desse mês".
O outro centro, inaugurado nesta terça, fica em São Paulo e tem dois mil metros quadrados. No local, foi feita a adaptação industrial do prédio, que já conta com equipamentos automatizados. A estimativa é de atender seis pacientes ao mês.
Laboratórios de controle de qualidade, salas de criopreservação, de produção de vírus, e de produção de células CAR-T farão parte da estrutura.
Ao todo, o Butantan, que coordena o projeto junto à USP São Paulo, USP Ribeirão Preto e Hemocentro de Ribeirão Preto, estima que 300 tratamentos ao ano poderão ser feitos com a ampliação da tecnologia. De acordo com o estado, a iniciativa deve se tornar o maior programa de combate ao câncer da América Latina.
Além de produzir e desenvolver, essas unidades estarão aptas a armazenar e aplicar a terapia celular nos pacientes, de modo a baratear os custos de tratamento, hoje da ordem de US$ 500 mil [cerca de R$ 2,5 milhões] por paciente, de acordo com o governo paulista.
No primeiro momento, segundo Dimas Covas, o tratamento será feito com pacientes com leucemia e linfoma.
“O tratamento já está sendo feito. São sete pacientes tratados. Tem mais pacientes em processo de preparação. O tratamento continua. Agora vai começar a expandir. À medida que a unidade começa a produzir, vamos ter capacidade de atender mais pacientes por mês até chegar atingir a capacidade de 300 tratamentos por ano”, disse.
“O tratamento já está sendo feito. São sete pacientes tratados. Tem mais pacientes em processo de preparação. O tratamento continua. Agora vai começar a expandir. À medida que a unidade começa a produzir, vamos ter capacidade de atender mais pacientes por mês até chegar atingir a capacidade de 300 tratamentos por ano”, disse.
Car-T Cell: o que é
O tratamento, que já se mostrou promissor no combate a doenças como a leucemia e ajudou na remissão de um linfoma em um paciente em estado terminal em 2019, é resultado de estudos do Centro de Terapia Celular (CTC-Fapesp-USP) de Ribeirão Preto.
Em 2017, a técnica foi aprovada pela FDA, agência reguladora dos Estados Unidos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou este ano o primeiro registro sanitário da terapia gênica contra o câncer hematológico, originado nas células sanguíneas.
Mas, de uma maneira geral, tem sido aplicada de maneira experimental no país e de forma compassiva, ou seja, quando, em um estágio muito avançado da doença, é a última alternativa de tratamento e por decisão médica.
A terapia tem como base os linfócitos T, células de defesa do corpo que são isoladas e reprogramadas para identificar e combater o câncer e acontece em etapas:
VÍDEOS: Tudo sobre a região
Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto vai abrigar centro de produção de terapia genética contra o câncer (Foto: EPTV/Reprodução)
CAR T-Cell (Foto: Roberta Jaworski/Arte G1)
Hemocentro estuda tratamento para curar a leucemia sem transplante de medula, em Ribeirão Preto (SP) (Foto: Alexandre Sá/EPTV)