A pedra fundamental do novo prédio do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Gabriel Porto (Cepre) foi instalada na manhã desta quarta-feira, com direito ao momento solene da "Cápsula do Tempo", onde foram depositados e enterrados documentos atuais e objetos representativos da sua comunidade. A urna deverá ser aberta somente nas comemorações dos 25 anos das novas instalações, em 2038, com o depósito de novos documentos.
Docentes e alunos colocaram na urna documentos como a relação dos programas de aprimoramento do Cepre; do Centro Acadêmico e da Atlética; materiais voltados ao atendimento de pessoas com deficiência visual e surdez; uma descrição dos laboratórios; o regimento e a relação de professores e funcionários; e um convite do baile de gala e um selo comemorativo dos 50 anos da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), à qual o centro é vinculado.
O reitor Fernando Costa, que optou por depositar um exemplar do Jornal da Unicamp, explicou por que a cerimônia lhe era importante pessoalmente. "Fui diretor da FCM entre 1994 e 98 e me lembro de ter ido fazer campanha no Cepre, que ficava na sede da Liga das Senhoras Católicas. Havia um foco de cupim no teto e os bombeiros queriam interditar o espaço. Um novo prédio foi a promessa de campanha. Começamos a construí-lo nessa parte do campus, que nada tinham além de capim, e foi possível terminá-lo em 97. Ele permitiu que as atividades do Cepre viessem para o campus e fossem ampliadas."
O reitor lembrou-se ainda das discussões para obter recursos de infraestrutura da Fapesp, ampliar essa atuação e sobre a necessidade de um curso de graduação. "Creio que foi o início do curso de fonoaudiologia, um dos mais importantes da Unicamp e que formou profissionais que estão no Brasil todo. Agora, temos a oportunidade de colaborar um pouco com essa merecida expansão. Acho que os docentes do Cepre devem aproveitar o dinamismo da área de saúde e pensar grande, em uma faculdade autônoma em dez anos. É o futuro que devem almejar."
A professora Cecília Guarnieri Batista, coordenadora pró-tempore do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação, contou que o Cepre começou como centro de assistência em 1973, mas há 15 anos vem criando várias atividades de ensino e pesquisa. "Vieram o curso de pós-graduação lato sensu, a graduação em fonoaudiologia, o mestrado, a pós-graduação stricto senso. Como o prédio original foi pensado para a assistência, precisamos de mais espaço para salas de docentes, laboratórios de coleta e análise de dados e reuniões de grupos de pesquisa."
Cecília acrescenta que o Cepre possui oito laboratórios, dois deles nas áreas tradicionais do centro, que são de deficiência visual e surdez, e também nas áreas de atuação e pesquisa em fonoaudiologia, abrangendo voz, motricidade oral, linguagem e audiologia. "Temos 28 docentes, 26 deles com doutorado. O projeto do prédio novo prevê mil metros quadrados, possivelmente com uma primeira etapa de 500 metros. O terreno [anexo ao prédio original] tem 40 metros de extensão. O trabalho de assistência vai continuar, por conta da nossa tradição e por servir de base para pesquisa e formação de alunos."
Faculdade de EnfermagemNuma comprovação de que o incentivo dado aos docentes do Cepre não foi fortuito, o reitor Fernando Costa desceu em seguida para a Faculdade da Enfermagem, onde seria homenageado pela diretoria da nova unidade, juntamente com as demais autoridades da administração central e da FCM. A homenagem se deveu ao fato de o então Departamento de Enfermagem ter se tornado faculdade, em decisão unânime do Conselho Universitário de agosto de 2012.
A nova unidade da Unicamp possui 25 professores, sete enfermeiras e seis servidores administrativos. No curso de graduação em enfermagem estão matriculados atualmente 179 alunos, quatro deles provenientes de programas de intercâmbio com Haiti, Guiné-Bissau, Espanha e Paraguai. O programa de pós-graduação tem 34 alunos no mestrado e 53 no doutorado, figurando entre os 74 programas recomendados pela Capes, mostrando-se consolidado e com potencial para ampliar o conhecimento tecnológico e de inovação na área.
A professora Roberta Cunha Matheus Rodrigues, integrante da comissão que elaborou o projeto da Faculdade de Enfermagem, disse que se tratava de um momento muito especial para todos na unidade. "Depois de um período de intenso trabalho no projeto de criação da Faculdade e de sua aprovação junto à Universidade, chegamos ao momento de reconhecer e agradecer todo o apoio durante essa trajetória. Conseguimos traduzir as ideias sobre a criação em uma proposta objetiva que possibilitasse vivenciar o forte potencial do nosso corpo de docentes, enfermeiros, funcionários e alunos."
Fernando Costa recorda que quando assumiu a direção da FCM em 1994, a congregação da unidade já havia aprovado a criação da Faculdade de Enfermagem. "É sempre muito complicado levar isso a efeito e fico muito satisfeito de ter tido o privilégio de poder contribuir. Aqui era um grande matagal e fizemos algumas construções nessa área, mudando o Departamento de Enfermagem para essas novas instalações em 97. É mérito dos professores, alunos e funcionários este progresso impressionante, com mestrado, doutorado e ampliação da graduação e do próprio prédio. Vai ser a Faculdade de Enfermagem mais importante do Brasil."
Fonte: Imprensa Unicamp