As medidas de estabilização da economia depois do Plano Real restringiram o acesso ao crédito bancário para pequenas e médias empresas, mas acabaram incentivando um instrumento de financiamento bem mais barato: o capital de risco. A busca de boas oportunidades tem beneficiado principalmente as pequenas e médias empresas de base tecnológica, em razão da capacidade que têm de se articular com grandes empresas e do papel que desempenham em aumentar a competitividade do País.
"As sedutoras taxas de juro pagas pelo mercado financeiro durante os anos de inflação elevada desestimulavam o surgimento de companhias de capital de risco", explica Carlos Eduardo Castelo Branco, gerente de operação do Condomínio de Capitalização de Empresas de Base Tecnológica (Contec), um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). O Contec atua nesse mercado investindo diretamente nas pequenas e médias empresas ou, indiretamente, através das outras duas companhias de capital de risco existentes no País, a Companhia Riograndense de Participações (CRP), com sede no Rio Grande do Sul, e a Pernambuco S.A.
Essas companhias analisam os projetos de expansão e de modernização das pequenas e médias empresas, injetando recursos através da aquisição de ações ou de debêntures conversíveis. O Contec já investiu cerca de US$ 20 milhões. A CRP - que formou um fundo com a participação do Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o próprio BNDES e investidores individuais - já aplicou US$ 5 milhões em empresas gaúchas e catarinenses e tem disponíveis mais US$ 6 milhões para investir.
"O aporte de recursos de longo prazo no âmbito do Contec foi fundamental para consolidar uma mudança substancial de patamares de produção", afirma Gastão Moura, sócio da Batik-Instrumentos e Equipamentos, uma empresa mineira de fabricação e desenvolvimento de equipamentos em telecomunicações.
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Gazeta Mercantil