A capacidade de absorver carbono está chegando ao zero, alertou Paulo Artaxo, professor da USP, durante workshop realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Fapesp e o Instituto Wilson Center.
Segundo Artaxo, a Amazônia reteve meia tonelada de carbono por hectare/ano, até 20 anos atrás, quando a sua capacidade começou a cair. Agora, segundo ele, a floresta é neutra do ponto de vista do carbono.
“Nosso medo é que, a partir de agora, a floresta, além de perder carbono para a atmosfera, e como ela corresponde a dez anos da queima de combustíveis fósseis, perca até 4% do carbono, pois isso vai aumentar muito o efeito estufa”, disse.
As florestas tropicais são as maiores estocadoras de carbono no planeta. Se faz mais fotossíntese do que ela perde carbono pela respiração e tende a aumentar sua biomassa.
Estudos recentes apontam que se o desmatamento da floresta aumentar mais 5%, a Amazônia perderá sua resiliência, alterando o ciclo hidrológico de maneira irreversível.
Atualmente, os serviços ambientais produzidos na América do Sul são estimados em US$14 trilhões, mas o Brasil não recebe compensação financeira pelo que a Amazônia realiza.
** Com informações do Inpa