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Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

"Câncer: Presente e Futuro" é tema de debate na Alesp (41 notícias)

Publicado em 24 de abril de 2023

Promovido pelo ILP e a Fapesp, evento trouxe grandes pesquisadores elucidando o tema importante de saúde públicaA Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, na tarde desta segunda-feira (24), por meio do Instituto do Legislativo Paulista (ILP), em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a conferência "Ciência e Inovação - Câncer: Presente e Futuro". O evento integra o projeto Ciclo ILP + Fapesp de Ciência e Inovação, que tem o objetivo realizar eventos de divulgação científica dirigidos à sociedade.

O debate foi mediado pelo professor Carlos Pacheco, diretor-presidente da Fapesp, e contou com a participação dos especialistas Celso Darío Ramos, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp; Leandro Machado Colli, da Faculdade de Medicina da USP (Ribeirão Preto); e Victor Wünsch Filho, da Fundação Oncocentro.

Os pesquisadores decorreram sobre os desafios do combate à doença, a prevenção, tratamento e as políticas públicas que possam contribuir neste cenário.

O professor Celso Darío explanou sobre a necessidade de investimentos contínuos nas diversas formas de tratamento oncológico. Ele explicou que o câncer não é uma doença única, mas sim um conjunto de enfermidades com causa, evolução e tratamento diferentes de um tipo para o outro. "Não tem como se falar em cura do câncer de um modo genérico", disse.

Apesar de todos os avanços na medicina, o câncer é uma das principais causas de morte no mundo, e em mais de 50 países já é a causa número um.

Victor Wünsch salientou a necessidade de uma abordagem que alie prevenção e cura, mas frisou: "Como um profissional da área de saúde pública, tenho que colocar que a prevenção é a palavra-chave para enfrentar a epidemia do câncer, pois é uma estratégia de longo prazo e de baixo custo".

Novos tratamentos

O professor Leandro Machado Colli explanou sobre a imunoterapia. "Nada mais é do que treinar o sistema imune a atacar o câncer", explicou. Ele esclareceu duas formas para aplicação do tratamento. Uma delas é o CAR-T Cell, que utiliza células que passam a funcionar como "soldados" do sistema imunológico.

Toxicidade financeira

De acordo com ele, a redução de custos é uma das principais barreiras no enfrentamento da doença. "A gente chama de toxicidade financeira. Hoje, a gente trata os custos da medicação como uma toxicidade". Ele explica que essa realidade impacta cerca de 2/3 dos pacientes nos Estados Unidos, e não deve ser diferente no Brasil.

"Quando eu falo de impacta, significa redução de tratamento, de qualidade de vida e de desfecho, por conta da dificuldade de acesso", acrescentou. O professor também reforçou que o caminho é o investimento em tecnologia e inovação para a redução do custo dos procedimentos oncológicos, para adequá-los ao Sistema de Saúde.