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A Folha (São Carlos, SP)

Campus Sorocaba recebe ­pesquisador japonês na 5ª feira (1 notícias)

Publicado em 22 de fevereiro de 2011

A emissão de luz por diversos seres tem sido bastante estudada nas últimas décadas. Para abordar este tema, o campus Sorocaba da UFSCar oferece na próxima quinta-feira, dia 24 de fevereiro, o Seminário "Theory and Aplications of Marine Bioluminescent Systems", que será ministrado pelo pesquisador japonês Yoshihiro Ohmiya, diretor do National Institute Advanced Industrial Science and Technology of Aist, Japão. Durante a atividade, o palestrante abordará as últimas pesquisas e as principais descobertas sobre a bioluminescência marinha.

O pesquisador Ohmiya é autoridade mundial na aplicação da bioluminescência, que é a produção e emissão de luz fria por um organismo vivo, como resultado de uma reação química durante a qual a energia química é transformada em energia luminosa. Seu trabalho tem como objetivo a marcação de células de mamíferos em estudos cujas ramificações se estendem ao diagnóstico de câncer e estudos de neurônios. A pesquisa é feita com enzimas luciferases, que também são encontradas nos vagalumes, águas vivas, peixes, fungos e bactérias que emitem luz.

Além disso, há cerca de dez anos, Ohmiya é parceiro do professor do campus Sorocaba da UFSCar, Vadim Viviani, que também se dedica aos estudos para entender a origem evolutiva e o mecanismo químico da bioluminescência. Os trabalhos são desenvolvidos no Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia de Sistemas Bioluminescentes do campus Sorocaba, referência na área, e têm por objetivo desenvolver novos marcadores celulares que poderão ser utilizados para aplicações biotecnológicas e biomédicas.

O professor Vadim, líder do grupo de pesquisa "Bioluminescência e Biofotônica", financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), está supervisionando o trabalho do pesquisador de pós-doutorado Anderson Oliveira, bolsista da Fapesp, que realiza estudo no laboratório do campus Sorocaba. Oliveira está desenvolvendo um projeto de clonagem do DNA para luciferase de fungos bioluminescentes, em colaboração de Cassius Stevani, docente do Instituto de Química da USP de São Paulo.

Os fungos, segundo Anderson, ainda são pouco estudados. "A purificação e caracterização das enzimas relacionadas à emissão de luz desses fungos, podem contribuir para os estudos mecanísticos, evolutivos e para o desenvolvimento de novas ferramentas analíticas", observa. O projeto desenvolvido por Anderson tem como objetivo purificar, caracterizar, clonar e expressar as enzimas redutase e luciferase (enzimas que catalisam as reações biológicas transformando energia química em energia luminosa) envolvidas na bioluminescência fúngica, utilizando o cogumelo pleurotus gardneri como fonte de material, já que é encontrado em abundância no estado do Piauí.

O pesquisador revela que seu trabalho pretende contribuir para o avanço das pesquisas que são feitas em todo o mundo tendo como base os estudos da bioluminescência, que pode ser utilizada como indicador da presença de vida e como marcador para estudar processos biológicos e patológicos a nível molecular.

O Seminário com o professor Ohmiya terá início às 11 horas, na Sala AT1 e 2, no edifício de Aulas Teóricas do campus Sorocaba da UFSCar. O evento será ministrado em Inglês e destinado a todos os interessados pela temática. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail viviani@ufscar.br.