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Câmera do Inpe consegue imagens inéditas de relâmpagos em São José

Publicado em 24 fevereiro 2011

Por Chico Pereira

Pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, gravaram pela primeira vez no Brasil imagens de raios em alta resolução, utilizando câmeras de alta velocidade.

As imagens foram capturadas pelo Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do instituto, que desenvolve trabalho de pesquisa a respeito do "Impacto das mudanças climáticas sobre a incidência de descargas atmosféricas no Brasil".

As imagens foram feitas por uma câmera de vídeo de alta resolução e de alta velocidade, importada dos Estados Unidos pelo Inpe, com o apoio da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O equipamento foi comprado no ano passado e está instalado em uma torre de 24 metros de altura no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José dos Campos.

Dados. O coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, destacou que a experiência pioneira irá ajudar os pesquisadores a compreender melhor as descargas atmosféricas e ajudará no desenvolvimento de novas tecnologias de monitoramento e proteção contra o fenômeno natural.

O Elat prevê instalar mais três câmeras iguais em outros pontos da cidade para gravar imagens dos raios de todas as formas possíveis.

"Esperamos que até outubro deste ano todos os equipamentos estejam instalados", afirmou o especialista.

Detalhes. O coordenador do Elat enfatizou que o trabalho de estudo dos raios com a utilização de câmeras foi iniciado há mais de dez anos.

"Os primeiros equipamentos eram de baixa resolução. A diferença é que a nova câmera é de alta resolução, o que permite ver detalhes dos raios, como pontos em que tocam no solo e objetos", disse o pesquisador do Elat.

Além da região, esse trabalho também irá investigar as descargas atmosféricas em outras localidades, como no Rio de Janeiro.

Esse trabalho é realizado durante o verão, período em que as descargas elétricas são mais intensas e abundantes.

Anualmente, pelo menos 100 pessoas morrem, em média, no Brasil vítimas deste fenômeno.