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EcoPress

Calor vira som que vira eletricidade

Publicado em 14 junho 2007

Um grupo de físicos da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, desenvolveu pequenos dispositivos que transformam calor em som e, em seguida, em eletricidade. Os pesquisadores destacam o potencial da tecnologia, que poderá ter diversas aplicações.
"Trata-se de uma nova fonte de energia renovável a partir do calor dissipado. Estamos convertendo calor desperdiçado em eletricidade de modo eficiente", disse Orest Symko, coordenador do projeto de pesquisa. Os dispositivos construídos pelo professor e sua equipe foram apresentados no dia 8, na reunião anual da Sociedade Acústica Norte-Americana, em Salt Lake City.
Para converter calor em som, os pesquisadores desenvolveram equipamentos termoacústicos. Em seguida, converteram som em eletricidade por meio de dispositivos piezoelétricos, que reagem em resposta a pressão " como de ondas sonoras ", gerando correntes elétricas.
O desafio seguinte para o grupo de Symko foi integrar as duas etapas em um único equipamento e diminuir suas dimensões. O resultado são pequenos aparelhos, contidos em ressonadores cilíndricos, que cabem na palma da mão.
Quando o ressonador é estimulado " com fósforos ou isqueiro, por exemplo ", o calor aumenta até que o ar produzido resulte em uma emissão sonora em uma freqüência determinada. Em seguida, as ondas sonoras comprimem o dispositivo piezoelétrico, produzindo uma corrente. Segundo Symko, o processo é similar ao que ocorre quando se bate com o nervo do cotovelo em uma mesa, produzindo dor a partir de um impulso.
O objetivo dos cientistas é testar os equipamentos em breve para a geração de eletricidade em uma base militar e em uma estação elétrica na Universidade de Utah.
"O estudo é financiado pelo Exército, que tem grande interesse em encontrar usos para o calor dissipado de seus radares, assim como produzir uma fonte portátil de eletricidade que possa ser usada em campos de batalha para alimentar equipamentos eletrônicos", disse Symko.
Segundo o cientista, a tecnologia poderá se tornar, em um prazo de dois anos, uma alternativa viável para células fotovoltaicas na conversão de luz solar em eletricidade. Outra aplicação estaria em dispositivos para dissipar o calor em computadores " que geram cada vez mais calor à medida que seus componentes eletrônicos se tornam mais complexos. (Ecopress com informações da Agência Fapesp - 14/06/07, às 10h50)