Um grupo de físicos da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, desenvolveu pequenos dispositivos que transformam calor em som e, em seguida, em eletricidade. Os pesquisadores destacam o potencial da tecnologia, que poderá ter diversas aplicações.
"Trata-se de uma nova fonte de energia renovável a partir do calor dissipado. Estamos convertendo calor desperdiçado em eletricidade de modo eficiente", disse Orest Symko, coordenador do projeto de pesquisa. Os dispositivos construídos pelo professor e sua equipe foram apresentados no dia 8, na reunião anual da Sociedade Acústica Norte-Americana, em Salt Lake City.
Para converter calor em som, os pesquisadores desenvolveram equipamentos termoacústicos. Em seguida, converteram som em eletricidade por meio de dispositivos piezoelétricos, que reagem em resposta a pressão " como de ondas sonoras ", gerando correntes elétricas.
O desafio seguinte para o grupo de Symko foi integrar as duas etapas em um único equipamento e diminuir suas dimensões. O resultado são pequenos aparelhos, contidos em ressonadores cilíndricos, que cabem na palma da mão.
Quando o ressonador é estimulado " com fósforos ou isqueiro, por exemplo ", o calor aumenta até que o ar produzido resulte em uma emissão sonora em uma freqüência determinada. Em seguida, as ondas sonoras comprimem o dispositivo piezoelétrico, produzindo uma corrente. Segundo Symko, o processo é similar ao que ocorre quando se bate com o nervo do cotovelo em uma mesa, produzindo dor a partir de um impulso.
O objetivo dos cientistas é testar os equipamentos em breve para a geração de eletricidade em uma base militar e em uma estação elétrica na Universidade de Utah.
"O estudo é financiado pelo Exército, que tem grande interesse em encontrar usos para o calor dissipado de seus radares, assim como produzir uma fonte portátil de eletricidade que possa ser usada em campos de batalha para alimentar equipamentos eletrônicos", disse Symko.
Segundo o cientista, a tecnologia poderá se tornar, em um prazo de dois anos, uma alternativa viável para células fotovoltaicas na conversão de luz solar em eletricidade. Outra aplicação estaria em dispositivos para dissipar o calor em computadores " que geram cada vez mais calor à medida que seus componentes eletrônicos se tornam mais complexos. (Ecopress com informações da Agência Fapesp - 14/06/07, às 10h50)
Notícia
EcoPress