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Andifes - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior

Caixa extra faz USP, Unesp e Unicamp reformarem campi (1 notícias)

Publicado em 28 de fevereiro de 2011

Beneficiadas por aumento na arrecadação estadual, universidades também pretendem contratar professores

Sindicatos reclamam que os reitores não discutem prioridades para verbas e pedem aumentos salariais

No começo da década passada, a escassez de verbas fez a Unesp reduzir a iluminação de unidades; a Unicamp, a usar reserva orçamentária para pagar salários; e a USP, a atrasar dívidas para garantir a folha de pagamento.

Agora, a penúria passou. Beneficiadas pelo aumento da arrecadação estadual nos últimos anos, sua principal fonte de recursos, as universidades estaduais paulistas começaram projetos que incluem grandes reformas de campi e contratações.

Na instituição de Campinas, o pacote de obras está na casa dos R$ 150 milhões, com prazo de entrega para 2013. O dinheiro é equivalente ao que o Estado gastará neste ano com transporte de 405 mil alunos do ensino básico.

Estão previstas a construção de biblioteca para obras raras, de teatro-escola e outros. E devem ser contratados em 2011 cem professores (hoje são 8.000), para repor aposentadorias e atender ao aumento das matrículas.

O montante de recursos enviado pelo Estado chega a surpreender a universidade. A construção de laboratório de ponta na área de biologia, por exemplo, previa duas etapas de obras, de R$ 5,5 milhões e R$ 9,5 milhões.

"Não esperávamos que viesse tudo de uma vez, finalizamos apenas o primeiro projeto. E veio tudo", afirma o pró-reitor de desenvolvimento universitário, Paulo Eduardo Rodrigues da Silva. O valor extra será aplicado, e o dinheiro que render servirá para ampliar as instalações.

A escola utiliza também verbas de agências de fomento como Finep e Fapesp.

ORÇAMENTO DE BH

Entre as líderes do país em pesquisa e com mais de cem mil graduandos, as três escolas dependem diretamente da arrecadação estadual (ganham 9,57% do ICMS).

Com o aquecimento da economia, só entre 2010 e 2011, a verba para elas deve subir perto de 20%, passando dos R$ 7,5 bilhões, equivalente ao Orçamento da Prefeitura de Belo Horizonte.

Na Unesp, a prioridade será contratar 900 docentes em quatro anos, após perder 500 (aposentadorias e exonerações) e aumentar em 33% o número de vagas no vestibular em dez anos. "O momento é favorável. Houve períodos em que nem recebíamos o esperado", diz o reitor em exercício, Julio Cezar Durigan. Também haverá obras.

Já a USP, conforme a Folha informou neste mês, fará a primeira remodelação da Cidade Universitária, ao custo de R$ 60 milhões.

Os sindicatos reclamam que não há discussão interna para definir o destino das verbas. "Há cerca de dois anos, quando o Orçamento deu um salto, os reitores quebraram o histórico de diálogo para definir as prioridades", diz João Raimundo de Souza, um dos representantes dos funcionários da Unicamp.

"Claro que, após a expansão, é importante contratar docente e fazer melhorias na infraestrutura. Mas deveria haver aumento proporcional no salário", afirma Alberto de Souza, dos representantes dos funcionários da Unesp.