Três xícaras de café ao dia é a quantidade necessária para aumentar em até quatro vezes a probabilidade de pessoas predispostas a desenvolver pressão alta, segundo um novo estudo publicado pela Universidade de São Paulo (USP), na revista “Clinical Nutrition”, da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo.
A pesquisa, realizada com 533 pessoas com mais de 20 anos e residentes na área urbana de São Paulo, analisou a genética, o nível de consumo de café e os dados de pressão dos participantes. Como a pressão arterial sofre influência de inúmeros fatores, como a genética e a alimentação, o estudo visava descobrir como o café age em pessoas que já têm uma predisposição genética a problemas de pressão.
Considerando a pressão alta como sendo números acima de 140 por 90 milímetros de mercúrio (14 por 9), o estudo não observou uma relação direta entre o consumo da bebida e pessoas predispostas em doses de até três xícaras diárias ou 150ml de café. A partir desta quantidade, o risco de hipertensão aumenta.
A única maneira de saber se um indivíduo tem ou não predisposição genética a problemas de pressão é realizando um exame de sequenciamento de genoma. Este tipo de exame não está acessível a todas as pessoas e, por isso, a recomendação dos especialistas é que o consumo de café seja moderado e controlado.
Para chegar aos resultados da pesquisa, os especialistas desenvolveram uma tabela de riscos genéticos baseada em informações já disponíveis na comunidade científica. A tabela se estendia de zero a oito e uma série de variáveis como sexo, idade, tabagismo, índice de massa corporal, entre outras, também foram levadas em consideração.
Os resultados estatísticos concluíram que quanto mais alta a pontuação na tabela e a quantidade de café consumida, mais alta era a probabilidades de casos de hipertensão. Os participantes com pontuação mais alta e que consumiam mais de três xícaras de café ao dia tinham até quatro vezes mais chances de desenvolver hipertensão do que pessoas sem predisposição genética.
Na contramão dos resultados, uma boa cafeteira não é inimiga: não consumir café não reduz os riscos de problemas de pressão. Outro estudo realizado pela mesma equipe de pesquisadores concluiu que o consumo moderado de café é benéfico para a saúde.
Os polifenóis presentes no café são compostos de origem vegetal que não são desenvolvidos pelo corpo humano e, por isso, precisam ser adquiridos de fontes externas. Entre os benefícios do polifenóis estão a ação oxidante, a prevenção da trombose e a ação vasodilatadora, ajudando a prevenir a calcificação da artéria coronária