Um sistema, acoplado a um carro, capaz de fotografar todos os imóveis de uma cidade do porte de Campinas (SP) em apenas três dias. Trata-se da tecnologia fotomóvel, desenvolvida com o objetivo de auxiliar prefeituras e corporações como o Corpo de Bombeiros a realizar tarefas que requeiram a identificação de imóveis em determinada área geográfica. A tarefa, normalmente, requereria o cadastramento manual, imóvel por imóvel.
– O sistema permite a rápida disponibilização das imagens. Até agora já foram cadastradas cerca de 4 milhões de fotos –, diz o tecnólogo Gabriel Dias Moreno, coordenador de pesquisa da empresa Geodados Mapeamento e Pesquisa, de São José do Rio Preto (SP), onde a tecnologia foi desenvolvida.
O equipamento possui vários componentes, destacando-se uma máquina fotográfica e um sensor que mede a distância entre os imóveis e dispara a câmera a cada 3 metros aproximadamente (distância variável conforme o padrão estabelecido em cada município). O sistema é similar ao norte-americano Google Maps, que disponibiliza mapas de alta resolução e sugere o melhor deslocamento de um ponto a outro. O diferencial do fotomóvel em relação ao sistema do Google Maps é a possibilidade de acesso às fotos de cada um dos imóveis situados na região escolhida.
O projeto foi idealizado para dar suporte à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros. Cada vez que os números de socorro 190 ou 193 são discados, é possível visualizar exatamente o local de onde partiu a chamada. Assim, o atendimento é mais rápido e preciso. A tecnologia atraiu também o interesse das prefeituras, que, por meio dela, podem checar declarações do Imposto Predial e Territorial Urbano, o IPTU, ou solucionar problemas simples, como o corte de uma árvore.
A iniciativa privada foi outro setor que viu vantagens no uso do fotomóvel: com a imagem dos imóveis, fica mais fácil fazer uma avaliação de mercado ou estipular valores de compra e venda, por exemplo. Outra vantagem é a coibição do trote telefônico, que prejudica os serviços de saúde e segurança.
Para o desenvolvimento do sistema, a empresa teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que destinou cerca de R$ 750 mil para a criação do sistema.