SÃO PAULO - Genuína bebida nacional, a cachaça enfim encontra espaço na ciência. Recentes estudos realizados pela Universidade de São Paulo comprovaram que a concentração de aldeídos (substância obtida pela oxidação do etanol) na aguardente é, em média, inferior à de alguns uísques importados. Os aldeídos são tidos como parcialmente responsáveis pela ressaca.
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Desenvolvimento da Química da Aguardente, do Instituto de Química de São Carlos, ligado à Universidade de São Paulo. O estudo servirá tanto para dar mais qualidade à produção da cachaça (1,5 bilhão de litros, gerando US$ 500 milhões por ano) como para introduzir a bebida no mercado da maior economia do mundo, os Estados Unidos.
As autoridades alfandegárias norte-americanas ainda fazem confusão entre rum e cachaça. Para entrar no país, a aguardente brasileira deve trazer inscrito no rótulo que cachaça é um tipo de rum brasileiro.
- As diferenças entre os dois destilados começam no processo de fabricação. Enquanto a cachaça é produto da destilação do caldo de cana fermentado, o rum é destilado a partir do produto da fermentação do caldo da cana cozido ou do melaço, um subproduto da produção do açúcar - explica o professor Douglas Franco, coordenador do laboratório.
Os trabalhos, iniciados há dez anos, priorizaram primeiro a caracterização química da cachaça brasileira.
- Procuramos compreender a química da aguardente, visando a proteger a saúde do consumidor, agregar valor ao produto e melhorar a formação dos fabricantes - conclui o professor.
Notícia
Jornal do Brasil