A parceria do Instituto Butantan com a Universidade São Francisco (USF) está gerando frutos importantes nos avanços no tratamento da doença de Azheimer.
De acordo com um estudo publicado na Fronteiras em Farmacologia como instituições desenvolvidas um peptídeo modificado com origem de uma proteína do peixe merluza (Merluccius productus) que foi capaz de inibir a BACE-1, principal enzima que causa a doença.
Os detalhes
A bióloga Juliana Mozer Sciani, orientadora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Toxinologia do Butantan e pesquisadora da Universidade São Francisco, afirma que “o peptídeo impede a quantidade de beta-amiloides, proteínas tóxicas responsáveis pela doença, mostrando-se um bom candidato para tratamento”.
Após ensaios em animais saudáveis feitos no Butantan, o peptídeo modificado mostrou segurança e alta estabilidade, além da ausência de toxicidade. O composto chegou ao cérebro dos animais cerca de duas horas após sua administração, passando pela liberação, pâncreas, baço e fígado.
De acordo com o Butantan, um outro feito importante é o fato da substância não ter se acumulado em nenhum órgão depois de seis horas, ele se concentrou no aro para ser expelido como forma de urina e todos os outros órgãos seguiram intactos e sem sinais de urina danos.
Próximos passos
O Instituto Butantan destaca que ainda há bastante a ser feito antes da testagem em humanos. Os pesquisadores agora irão fazer testes como um tratamento em modelos animais com a doença de Alzheimer para avaliar a eficácia do composto modificado.
Segundo Juliana, o peptídeo desenvolvido possui vantagens importantes sobre outros semelhantes já descritos, sendo estável, tendo ação durante horas e ao ser um inibidor reversível. “Isso significa que ele ‘liga e desliga’ a enzima, enquanto outros a bloqueiam completamente. A prevenção total pode causar efeitos adversos, já que essa enzima também tem um papel fisiológico na neuromodulação”.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.