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Instituto Butantan

Butantan recebe equipe do Laboratório Central do Pará para troca de experiências sobre sequenciamento genômico (2 notícias)

Publicado em 25 de agosto de 2023

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SESPA - Secretaria de Estado da Saúde do Pará

A coordenadora do CeVIVAS e diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan, Sandra Coccuzzo, ressaltou a relevância de receber os laboratórios parceiros do projeto, que tem como objetivo acompanhar a circulação e as variantes dos três vírus, além de fazer estudos sobre suas histórias evolutivas nas diferentes regiões brasileiras.

“É importante trazer os laboratórios para que a equipe do Butantan possa entender como que essas doenças são diferentes em cada região, a importância da saúde pública para cada localidade e como o mapeamento do país é fundamental para produzir vacinas mais efetivas”, destacou.

O Lacen-PA é uma unidade de referência atuante há 72 anos e que atende os 144 municípios do estado. Ele realiza procedimentos laboratoriais de maior complexidade para a complementação de diagnóstico, disponibilizando os dados publicamente no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) do Ministério da Saúde. O laboratório também promove a capacitação de recursos humanos e faz o controle de qualidade analítica da rede estadual.

Dentro do CeVIVAS, o Lacen-PA se beneficia da transferência de tecnologia e da troca de experiências e informações, que são refletidas diretamente nos dados de vigilância genômica estadual.

“O projeto contribui para a saúde pública no Pará porque conseguimos ter um melhor monitoramento do vírus SARS-CoV-2 no estado, além de poder dar a oportunidade para que os profissionais da nossa equipe sejam capacitados no Butantan, promovendo o aprendizado do trabalho técnico e a troca de experiências profissionais”, disse a diretora técnica do Lacen-PA, Valnete Andrade.

O CeVIVAS, como um projeto multidisciplinar, atua em temas como genômica, análises bioinformáticas, sequenciamento, imunologia e acompanhamento dos vírus. A integração entre as instituições é importante para gerar discussão e comparação dos dados das mais diversas regiões.

“Outra questão que é importante no projeto é fazer provocações aos laboratórios parceiros para que nós possamos criar grupos de discussão com foco na evolução dos sequenciamentos”, afirmou a investigadora principal do CeVIVAS e diretora do Laboratório de Ciclo Celular do Butantan, Maria Carolina Sabbaga.

Para a chefe da divisão de Biologia Médica do Lacen-PA, Patricia Sato, os relatórios genômicos ajudam a entender as linhagens que estão circulando no estado, seguindo suas características específicas para a tomada de decisão assertiva. “A partir do momento que nós conhecemos quais são as variantes em circulação no Pará, podemos traçar estratégias e planos para conter a evolução da transmissão do vírus e minimizar os impactos na população”, complementa.

Início na pandemia de Covid-19

Os primeiros passos para a criação do CeVIVAS foram dados durante a pandemia da Covid-19, quando a equipe do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan realizou mais de 50 mil sequenciamentos do vírus SARS-CoV-2 no estado de São Paulo, expondo qual era o cenário pandêmico e as novas cepas encontradas em cada região paulista. Agora, o trabalho foi estendido para envolver o acompanhamento e sequenciamento dos vírus da dengue e influenza em diversos estados brasileiros.

No Pará, os sequenciamentos também passaram a ser valorizados durante o combate à pandemia de Covid-19. “Quando conseguimos trabalhar preventivamente e ver que um dado laboratorial está demonstrando um aumento de casos em alguma região, nós podemos executar as ações necessárias para evitar que a disseminação do vírus se torne um problema muito maior”, afirmou Valnete.

Atualmente, o Butantan é responsável por fornecer 80 milhões de doses da vacina da influenza ao Ministério da Saúde para a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Além disso, ao longo de toda a pandemia, encaminhou ao governo federal mais de 100 milhões de doses da CoronaVac, imunizante contra a Covid-19 produzido em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Já a vacina da dengue está em desenvolvimento pelo instituto e deverá proteger contra os quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e suas respectivas linhagens.