O Instituto Butantan submeteu nesta segunda-feira (16) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro de sua nova vacina contra a dengue. A proposta promete revolucionar o combate à doença no Brasil, especialmente em um ano em que os casos de dengue mais que triplicaram, segundo dados do Ministério da Saúde.
A vacina do Butantan é de dose única e, de acordo com o instituto, oferece proteção eficaz entre 10 e 15 dias após sua aplicação. Além disso, estudos indicam que o imunizante mantém eficácia por até 3,7 anos, com maior proteção contra os tipos 1 e 2 do vírus.
Nos estudos de fase dois, a vacina demonstrou eficácia de 79,6% na prevenção de casos de dengue sintomática. Na fase três, a eficácia chegou a 89% contra casos graves da doença e aqueles com sinais de alarme. Outro ponto destacado é a segurança prolongada, que pode se estender por até cinco anos.
Um avanço na produção nacional
A vacina representa uma importante resposta no enfrentamento à dengue, pois será produzida inteiramente no Brasil. A previsão do Butantan é entregar um milhão de doses em 2025, com a capacidade de produção chegando a 100 milhões de doses em três anos, caso o registro seja aprovado.
Desafio crescente no país
A dengue é um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. Com as mudanças climáticas e o aumento das temperaturas, a tendência é que os casos continuem a crescer. Em 2024, o país enfrentou um salto expressivo nos números da doença, reforçando a necessidade de ações preventivas.
Atualmente, o Brasil conta com a vacina Qdenga, lançada este ano na rede pública. Embora tenha representado um marco, sendo o primeiro imunizante oferecido em larga escala contra a dengue, ela precisa de duas doses e é produzida no exterior, limitando sua distribuição a apenas 10% dos municípios.
Expectativa de aprovação
O pedido do Butantan à Anvisa é visto com otimismo. A vacina, caso aprovada, deve se tornar uma ferramenta crucial para reduzir o impacto da dengue no Brasil e oferecer uma alternativa mais acessível e prática para a população.
A expectativa é que, em breve, os brasileiros tenham uma nova opção de imunização que contribua para o controle de uma das doenças mais preocupantes do país.