Pesquisa realizada pelo Instituto Butantan revela que as moléculas de veneno de um peixe podem ajudar no tratamento de asma. Trata-se de um peptídeo derivado do veneno do peixe niquim (Thalassophryne nattereri), denominado TnP, informou o instituto.
De acordo com o estudo publicado na revista científica Cells apresentou resultados promissores para o tratamento da asma em testes em modelos animais. Segundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asma é a doença respiratória crônica mais comum. Afetando 262 milhões de pessoas no mundo e causando 455 mil mortes por ano. A maioria dos óbitos ocorre em países de baixa e média renda, com pouco acesso a diagnóstico e tratamento.
Descoberta em 2007, pelo Laboratório de Toxinologia Aplicada do Butantan, a proteína com propriedades anti-inflamatórias deu origem a uma série de peptídeos sintéticos produzidos pelo grupo, que foram patenteados no Brasil e em outros 12 países.
Segundo o Butantan, o tratamento com TnP também atenuou a remodelação das vias aéreas, característica que contribui para a redução da função pulmonar e obstrução do fluxo aéreo, e reduziu a presença de muco no pulmão.
Diferentemente das terapias convencionais, que podem causar sintomas como taquicardia, agitação, dor de cabeça e tremores musculares, não houve efeitos adversos.
Peixe niquim
Espécie de peixe peçonhento brasileiro que predomina nas regiões Norte e Nordeste do país, o peixe niquim costuma se esconder em buracos na areia e é capaz de sobreviver por até 18 horas fora d’água, podendo provocar acidentes graves, segundo o Butantan. O contato com seus espinhos causa dor aguda, sensação de queimação, inchaço e necrose. A instituição estuda o veneno desde 1996.