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Butantan investe na Amazônia (1 notícias)

Publicado em 21 de abril de 2010

Agência Fapesp

Bastou uma frase: A Amazônia é fundamental para o Butantan em vários aspectos. Só para citar um exemplo, é o único lugar no País em que coexistem os quatro principais grupos de serpentes peçonhentas, disse Otávio Azevedo Mercadante, diretor-geral do Instituto Butantan (IB), responsável por cerca de 90% das vacinas consumidas no Brasil.

Por essa razão e por outras, o IB mantém há alguns anos atividades de pesquisa na Amazônia com a finalidade de prospectar novas substâncias farmacêuticas, auxiliar a população e cooperar com instituições de pesquisa locais. Na última segunda-feira, na sede da FIESP, em São Paulo, foi apresentado o seminário As perspectivas do projeto Butantan-Amazônia para a indústria brasileira. A idéia foi trocar informações a fim de estabelecer novas parcerias entre a pesquisa pública e a iniciativa privada. Tanto que o Butantan está investindo em um centro de pesquisas em Belterra (PA). O instituto auxiliará na formação de doutores por meio de parcerias com universidades que trabalharão em projetos utilizando a biodiversidade local como material de pesquisa.

Trabalhos conduzidos no Centro de Toxinologia Aplicada (CAT) - um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp, localizado no Instituto Butantan - com o objetivo de desenvolver compostos que atuem no tratamento de problemas de homeostasia ou coagulação sanguínea foram apresentados por Ana Marisa Chudzinski Tavassi. Entre as fontes dessas substâncias estão sanguessugas e carrapatos. Para poder se alimentar de sangue, esses animais possuem anticoagulantes presentes na saliva, ressaltou Ana Marisa.

A procura por moléculas naturais com efeito analgésico foi o tema da apresentação da pesquisadora Gisele Picolo, do Laboratório Especial de Dor e Sinalização do Butantan. Gisele ressaltou a importância de se descobrir novos tipos de analgésicos de origem natural, os quais se dividem hoje em dois grandes grupos, os oriundos da papoula, como a morfina, e o ácido acetilsalicílico, extraído do salgueiro. Entre as inúmeras fontes potenciais naturais de analgésicos, a cientista citou animais peçonhentos como aranhas, escorpiões e serpentes, além de anfíbios e, mais recentemente, animais marinhos.