Foi inaugurado na terça-feira desta semana (24) o Laboratório Especial de Coleções Zoológicas (LECZ) do Instituto Butantan, em São Paulo (SP). O novo edifício abrigará os acervos de espécies de répteis, anfíbios, aracnídeos e insetos da instituição. O antigo prédio, que reunia as coleções, foi atingido por um incêndio em 2010, quando houve a perda de 80% do acervo.
O edifício, de 1,6 mil m2 de área, contou com um investimento de R$ 5,5 milhões. Com dois andares, o prédio conta com um sistema de prevenção de incêndios capaz de combater eventuais ocorrências de fogo em até dez segundos. A instalação ainda possui um sistema de escoamento de álcool e demais líquidos inflamáveis para uma caixa subterrânea, externa à edificação.
A parte do prédio que abrigará as coleções é composta por sete salas, localizadas no primeiro andar - sendo quatro voltadas para acomodar a coleção de herpetologia, uma para a de artrópodes, outra para a de insetos e a última, do banco de tecidos dos animais.
As coleções estão sendo acondicionadas em estantes de ferro de correr, como as de bibliotecas. A expectativa é a de que os acervos, quando completos, abriguem cerca de 620 mil exemplares de animais, sendo 400 mil aracnídeos (como opiliones, escorpiões e aranhas), 150 mil acari (como ácaros e carrapatos), 50 mil miriápodes (como lacraias) e 20 mil serpentes.
“Estamos colocando os exemplares nas coleções – como se faz com os livros de uma biblioteca quando ocorre uma mudança – e revendo espécime por espécime e recatalogando para que possamos fazer ações específicas de busca [de novos exemplares]”, conta Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.
Incêndio
De acordo com Kalil, as coleções mais atingidas pelo incêndio foram as de serpentes – que era a maior do mundo, com 90 mil espécimes catalogadas – e a de aracnídeos. Já as coleções de ácaros e miriápodes não foram afetadas porque estavam armazenadas em outros prédios da instituição.
“Já temos números expressivos de espécies de animais, que estão agora muito bem guardadas. Mas vamos ver o que realmente perdemos [com o incêndio]”, diz o diretor.
De acordo com os pesquisadores da instituição, a coleção de aracnídeos já foi quase totalmente recuperada nos últimos três anos. A coleção de serpentes, contudo, é a mais crítica e deverá levar anos para ser recomposta em um nível satisfatório.
“Nunca mais teremos uma coleção de serpentes como a que havia antes do incêndio porque a maioria das espécies era centenária e não existe mais ou foi coletada em diferentes épocas e locais, em condições muito específicas e impossíveis de serem reproduzidas”, diz Francisco Luís Franco, curador da coleção herpetológica do Instituto Butantan.
Porém, segundo o curador, por meio de permutas de espécies, é possível que uma coleção de serpentes de porte satisfatório seja montada em um prazo de 10 anos, caso haja doações de outras instituições e da própria sociedade.
Estima-se que 20% da coleção original de serpentes tenham sido preservados. No entanto, de acordo com Franco, esse número pode variar para mais ou para menos conforme o trabalho de recatalogação de espécies para a mudança de prédio.
“Só a partir de agora teremos condições para pegar todo o material armazenado após o incêndio e fazer uma triagem adequada”, diz.
Coleções digitalizadas
Os acervos zoológicos da instituição, que antes estavam registrados em papel, também estão sendo catalogados e disponibilizados na internet por meio de um projeto realizado com apoio da Fapesp, por meio do Programa Infraestrutura – Acervos Biológicos.
As coleções de acari e opiliones já estão disponíveis para acesso de pesquisadores do Brasil e do exterior, além do público interessado em geral. Nos próximos meses, deverão ser publicados os acervos de insetos, serpentes e, por último, de aracnídeos.
“A meta é concluir em até dois anos esse processo de catalogação de todos os acervos zoológicos do Butantan”, conta Darci Moraes Barros-Battesti, diretora do LECZ e coordenadora do projeto.
Foi inaugurado na terça-feira desta semana (24) o Laboratório Especial de Coleções Zoológicas (LECZ) do Instituto Butantan, em São Paulo (SP). O novo edifício abrigará os acervos de espécies de répteis, anfíbios, aracnídeos e insetos da instituição. O antigo prédio, que reunia as coleções, foi atingido por um incêndio em 2010, quando houve a perda de 80% do acervo.
O edifício, de 1,6 mil m2 de área, contou com um investimento de R$ 5,5 milhões. Com dois andares, o prédio conta com um sistema de prevenção de incêndios capaz de combater eventuais ocorrências de fogo em até dez segundos. A instalação ainda possui um sistema de escoamento de álcool e demais líquidos inflamáveis para uma caixa subterrânea, externa à edificação.
A parte do prédio que abrigará as coleções é composta por sete salas, localizadas no primeiro andar - sendo quatro voltadas para acomodar a coleção de herpetologia, uma para a de artrópodes, outra para a de insetos e a última, do banco de tecidos dos animais.
As coleções estão sendo acondicionadas em estantes de ferro de correr, como as de bibliotecas. A expectativa é a de que os acervos, quando completos, abriguem cerca de 620 mil exemplares de animais, sendo 400 mil aracnídeos (como opiliones, escorpiões e aranhas), 150 mil acari (como ácaros e carrapatos), 50 mil miriápodes (como lacraias) e 20 mil serpentes.
“Estamos colocando os exemplares nas coleções – como se faz com os livros de uma biblioteca quando ocorre uma mudança – e revendo espécime por espécime e recatalogando para que possamos fazer ações específicas de busca [de novos exemplares]”, conta Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.
Incêndio
De acordo com Kalil, as coleções mais atingidas pelo incêndio foram as de serpentes – que era a maior do mundo, com 90 mil espécimes catalogadas – e a de aracnídeos. Já as coleções de ácaros e miriápodes não foram afetadas porque estavam armazenadas em outros prédios da instituição.
“Já temos números expressivos de espécies de animais, que estão agora muito bem guardadas. Mas vamos ver o que realmente perdemos [com o incêndio]”, diz o diretor.
De acordo com os pesquisadores da instituição, a coleção de aracnídeos já foi quase totalmente recuperada nos últimos três anos. A coleção de serpentes, contudo, é a mais crítica e deverá levar anos para ser recomposta em um nível satisfatório.
“Nunca mais teremos uma coleção de serpentes como a que havia antes do incêndio porque a maioria das espécies era centenária e não existe mais ou foi coletada em diferentes épocas e locais, em condições muito específicas e impossíveis de serem reproduzidas”, diz Francisco Luís Franco, curador da coleção herpetológica do Instituto Butantan.
Porém, segundo o curador, por meio de permutas de espécies, é possível que uma coleção de serpentes de porte satisfatório seja montada em um prazo de 10 anos, caso haja doações de outras instituições e da própria sociedade.
Estima-se que 20% da coleção original de serpentes tenham sido preservados. No entanto, de acordo com Franco, esse número pode variar para mais ou para menos conforme o trabalho de recatalogação de espécies para a mudança de prédio.
“Só a partir de agora teremos condições para pegar todo o material armazenado após o incêndio e fazer uma triagem adequada”, diz.
Coleções digitalizadas
Os acervos zoológicos da instituição, que antes estavam registrados em papel, também estão sendo catalogados e disponibilizados na internet por meio de um projeto realizado com apoio da Fapesp, por meio do Programa Infraestrutura – Acervos Biológicos.
As coleções de acari e opiliones já estão disponíveis para acesso de pesquisadores do Brasil e do exterior, além do público interessado em geral. Nos próximos meses, deverão ser publicados os acervos de insetos, serpentes e, por último, de aracnídeos.
“A meta é concluir em até dois anos esse processo de catalogação de todos os acervos zoológicos do Butantan”, conta Darci Moraes Barros-Battesti, diretora do LECZ e coordenadora do projeto.