São Paulo – Pesquisadores do Instituto Butantan concluíram o primeiro sequenciamento genético de uma serpente brasileira. O estudo sugere que a origem dos nove genes responsáveis pelo veneno da jararaca se deu pela transformação de genes que tinham funções diferentes no ancestral da espécie.
“Pudemos identificar marcadores que permitiram comparar os genes que produzem toxinas com os que estão na mesma posição em genomas de outros animais, como serpentes sem veneno, lagartos e anfíbios”, explica o coordenador do estudo e pesquisador do Instituto Butantan, Inácio de Loiola.
Loiola esclarece que a maioria dos genes de toxina possivelmente surgiu a partir de elementos que já existiam naquele local do genoma do ancestral comum a esses animais.
O estudo foi publicado em edição da revista científica estadunidense Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS).
Segundo a pesquisa do Butantan, os genes exerciam papéis fisiológicos em um ancestral comum de todas essas espécies.
Em algum momento, é provável que tenham começado a apresentar uma atividade semelhante à de toxinas, foram selecionados para esse caminho e, assim, perderam a função original.
O sequenciamento mostrou ainda que dois genes que codificam importantes toxinas provavelmente se originaram a partir de duplicação.
No caso das serpentes da família da jararaca, essas cópias podem ter sofrido alguma pressão seletiva para gerar duas famílias de toxinas, que respondem pela maior parte da ação do veneno, a metaloproteinase, conhecida pela sigla SVMP, e a fosfolipase A2 (PLA2).
Por: Redação
Fonte: R7 - Agência Fapesp
Os pesquisadores do Instituto Butantan tentam realizar o sequenciamento do genoma da jararaca desde 2013.