O combate à dengue no Brasil poderá ganhar um reforço decisivo a partir de 2026: a tão aguardada vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan. A expectativa foi anunciada nesta terça-feira (25) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante participação no programa
Bom Dia, Ministro , da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O imunizante, que ainda está em fase de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), poderá ser um marco histórico no enfrentamento à doença, que continua sendo um problema de saúde pública no país.
Segundo Padilha, a previsão é de que o processo de avaliação regulatória seja concluído até o final de 2025, o que permitiria o início da vacinação em massa já no começo do ano seguinte.
Os dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde indicam uma melhora significativa nos índices da dengue em 2025 em comparação com 2024. De acordo com Padilha, houve uma redução de mais de 70% nos casos registrados e de 80% nas mortes pela doença em todo o Brasil.
Entretanto, o ministro alertou para a situação específica do estado de São Paulo, que ainda concentra a maior parte dos casos e óbitos registrados em 2025. “Houve um aumento da circulação do vírus no estado, o que exige atenção redobrada dos gestores municipais e estaduais”, pontuou.
Avanço da vacina: o que falta para a liberação?
Etapas finais do processo regulatório na Anvisa
A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan é fruto de anos de pesquisa e parcerias internacionais, tendo passado por testes clínicos em diversas fases. Atualmente, a Anvisa está na etapa de análise de dados complementares solicitados à instituição.
Segundo o Ministério da Saúde, essa fase é essencial para garantir a segurança, eficácia e qualidade do imunizante antes da liberação para uso em campanhas públicas. A troca de informações entre o Butantan e a Anvisa é contínua e, de acordo com Padilha, tem ocorrido de forma transparente e célere.
Prevenção continua sendo essencial
Governo prepara ofensiva de combate ao Aedes aegypti
Enquanto aguarda a aprovação da vacina, o governo federal já planeja ações estratégicas de prevenção e controle da dengue para o segundo semestre de 2025. Segundo Padilha, os meses de agosto e setembro serão cruciais para a articulação com estados e municípios.
As medidas envolvem campanhas de conscientização, eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti e fortalecimento da atenção básica à saúde nos territórios mais vulneráveis.
O que se sabe sobre a vacina do Butantan?
Imunizante é tetravalente e promissor
A vacina do Instituto Butantan contra a dengue é do tipo tetravalente , ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Isso é crucial, pois a infecção por um sorotipo não garante imunidade contra os outros, o que aumenta os riscos de casos graves e até mesmo fatais em reinfecções.
Estudos clínicos conduzidos com milhares de voluntários apontaram alta eficácia do imunizante, especialmente em pessoas que já tiveram contato prévio com o vírus. Além disso, os dados indicam um bom perfil de segurança.
Se aprovada, a vacina será a primeira desenvolvida integralmente no Brasil contra a dengue , com produção nacional e capacidade de abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa um avanço importante para a autonomia sanitária do país.
Impacto esperado com a nova vacina
Campanhas nacionais e alcance populacional
Com a liberação da vacina prevista para o início de 2026, o Ministério da Saúde já se organiza para implementar um programa nacional de imunização. A expectativa é que a vacina seja incorporada ao calendário oficial de vacinas, com prioridade inicial para regiões endêmicas e grupos mais suscetíveis, como crianças e idosos.
O impacto esperado com a vacinação em massa é significativo: além da redução de internações e óbitos, espera-se também uma queda substancial na sobrecarga do sistema de saúde e nos custos públicos com tratamento da doença.
Caminho até 2026: o que esperar?
Etapas finais até o registro definitivo
O cronograma projetado pelo governo é o seguinte:
Segundo semestre de 2025: finalização da análise da Anvisa;
Dezembro de 2025: possível aprovação e registro da vacina;
Janeiro a março de 2026: início da vacinação em larga escala.
Enquanto isso, a população deve continuar seguindo as orientações de prevenção já conhecidas: eliminação de criadouros do mosquito, uso de repelentes, e busca imediata por atendimento médico ao apresentar sintomas suspeitos.
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