A empresa petroquímica Braskem nem divulgou onde instalará sua primeira unidade de polietileno verde (gerado a partir do etanol da cana-de-açúcar) e já estuda a efetivação de uma segunda planta de produção desse material. Conforme o diretor de Inovação e Competitividade Industrial da companhia, Antônio Queiroz, a segunda unidade de polietileno verde terá uma capacidade de produção maior do que a primeira.
Atualmente, a Braskem está concluindo um projeto para implantar uma unidade industrial com capacidade de 200 mil toneladas ao ano de polietileno verde. O início das operações está previsto para 2010. A primeira fábrica de polietileno verde será instalada no Rio Grande do Sul ou na Bahia. As duas localidades são as opções naturais da Braskem no momento. As plantas da empresa nesses estados contam com maquinário de polimerização (processo que origina os polímeros) o que diminuirá o volume de investimento necessário para produzir o polietileno verde.
No caso da segunda fábrica de polietileno verde, será preciso construir uma nova capacidade de polimerização. Por isso, a questão de acesso à matéria-prima (a cana-de-açúcar e o etanol) deverá ser determinante para a decisão da localização do segundo empreendimento. Por esse aspecto, São Paulo larga na frente para sediar o segundo complexo. Já a localização da primeira unidade de polietileno verde, além da questão logística, dependerá fundamentalmente da concessão de incentivos fiscais.
Depois de agir na consolidação da petroquímica nacional, com a aquisição de ativos, a Braskem passa agora a intensificar seus esforços no aprimoramento de tecnologia. Recentemente, a companhia e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) assinaram um convênio de cooperação para desenvolvimento de pesquisas em biopolímeros, com investimentos previstos de R$ 50 milhões, no prazo de cinco anos. Também está em fase inicial uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para realizar estudos para o desenvolvimento do propeno a partir de matérias-primas renováveis.
"Estamos abrindo o leque em pesquisas de biopolímeros, a Braskem pretende conquistar a liderança de mercado nessa área", diz Queiroz. A empresa planeja estender os estudos sobre o uso de matérias-primas renováveis para diversos monômeros e polímeros. As pesquisas verificarão a possibilidade da fabricação de plásticos a partir de materiais como o etanol, glicerina, biomassa, ácido láctico, entre outros. Queiroz afirma que é considerado estratégico o desenvolvimento de processos em São Paulo, mas isso não diminuirá o trabalho que é feito no Centro de Tecnologia e Inovação da Braskem em Triunfo.
Importações de produtos químicos cresceram 50%
O Brasil importou mais de US$ 4,8 bilhões em produtos químicos nos meses de janeiro e fevereiro. Esse valor é 50,4% superior às importações realizadas no mesmo período do ano passado. Os produtos químicos mais importados pelo País no primeiro bimestre foram os fertilizantes e intermediários para fertilizantes. As compras desses produtos foram superiores a US$ 1 bilhão, com crescimento de 125% em relação a janeiro e fevereiro de 2007. Os produtos químicos responderam por 20% do total das importações realizadas pelo País.
As exportações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 1,8 bilhão, apresentando incremento de 14,9% na comparação com o primeiro bimestre do ano passado. Os principais produtos químicos exportados pelo Brasil foram as resinas termoplásticas (US$ 250 milhões) e os aditivos de uso industrial (US$ 159,5 milhões). O déficit na balança comercial brasileira de itens químicos, no primeiro bimestre, foi superior a US$ 3 bilhões, o que representa aumento de 84% ante o mesmo período de 2007. Os produtos químicos representaram 7% do total das exportações realizadas pelo País.
Em volume, foram exportadas pelo País 1,6 milhão de toneladas em mercadorias químicas, 3,6% mais na comparação com o primeiro bimestre do ano passado. O volume de importações, próximo a 4,9 milhões de toneladas, aumentou 30,1% na mesma comparação.