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Jornal do Commercio Brasil (SP)

Braskem: faturamento de R$ 30 bilhões em 3 anos

Publicado em 02 setembro 2010

Por ANDRÉ MAGNABOSCO - Agência Estado


O faturamento da petroquímica Braskem deve alcançar cerca de R$ 30 bilhões dentro de três anos. Essa é a projeção da companhia, divulgada pelo presidente Bernardo Gradin durante entrevista na qual falava sobre os investimentos da empresa na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). "Hoje, investimos 0,4% do faturamento em pesquisa e, dentro de três anos, esperamos elevar esse número para pelo menos 1%. Falamos em R$ 300 milhões em inovação, pesquisa e desenvolvimento, o que nos colocará como a maior empresa privada investidora nessa área", afirmou. O investimento da Braskem este ano deve ficar entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões, ainda de acordo com o executivo.

A receita bruta da Braskem em 2009 foi de R$ 19,466 bilhões, mas neste ano já deverá apresentar salto expressivo em decorrência da aquisição da Quattor e da Sunoco Chemicals e da recuperação dos preços internacionais dos produtos petroquímicos. Quando considerados números proforma da Braskem no primeiro semestre deste ano, o faturamento da petroquímica saltou 32% ante igual período do ano passado, para R$ 16,538 bilhões.

O previsto aumento dos desembolsos na área de P&D será acompanhado por um expressivo incremento no número de pesquisadores. "A Braskem tem hoje 250 cientistas e dentro de três anos esse número vai virar 500. Em 10 anos, falamos em mil pessoas", disse. "Observamos a velocidade com que teremos de ser capazes de formar pesquisadores", afirma. A Braskem, segundo Gradin, pretende ser líder em química mundial feita a partir de matérias-primas renováveis. O primeiro passo nessa direção será dado no próximo dia 24 de setembro, quando a petroquímica irá inaugurar oficialmente a unidade de eteno verde construída em Triunfo (RS). Fruto de investimentos de cerca de R$ 500 milhões, a unidade com capacidade de 200 mil toneladas do produto viabilizará a produção de volume equivalente de polietilenos.

FINANCIAMENTO. A companhia assinou acordo de financiamento com a Finep no valor de de R$ 100 milhões. O valor será direcionado à área de pesquisa, desenvolvimento e inovação da companhia na área de polímeros. A Braskem aportará como contrapartida R$ 11 milhões no acordo, cujo prazo é de três anos. Este é o maior financiamento já obtido pela Braskem para a área de P8«D.

Além do acordo com a Finep, a Braskem assinou acordo de parceria com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio). O acerto prevê a instalação de laboratório de desenvolvimento de tecnologias relacionadas aos biopolímeros em Campinas.

Durante a cerimônia de assinatura do acordo para a instalação do laboratório, o presidente da Braskem, Bernardo Gradin, destacou que a petroquímica pretende se tornar líder mundial da química renovável e indicou que a região de Campinas, onde também a Braskem opera a Petroquímica Paulínia, poderia se tornar uma referência geográfica para a química verde, assim como o Vale do Silício, nos Estados Unidos, é para a área de tecnologia. "Queremos que o Brasil volte a liderar a área de pesquisa, descobertas e desenvolvimento de novas rotas que aproveitem a vantagem competitiva do etanol", disse Gradin.

A parceria prevê a utilização de uma área inicial de 50 metros quadrados, que será expandida para 200 metros quadrados no início de 2011, e envolverá inicialmente cerca de 40 pesquisadores, entre profissionais da Braskem e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em uma segunda etapa, o número de pesquisadores deve saltar para mais de 60.0 valor do investimento no projeto não foi divulgado.

Na visão do presidente da Finep, Luís Manuel Rebelo Fernandes, o modelo de parceria entre Braskem e LNBio é inovador. "É o caminho do futuro que estamos construindo", diz. O diretor do LNBio, Kleber Franchini, complementou que "é um modelo exemplar de associação entre setor de pesquisas e empresa que resultará em troca de experiência e formação de pessoas".

Além da parceria, a Braskem possui acordo de cooperação com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e uma parceria assinada no ano passado com a Novozymes, ambas voltadas ao desenvolvimento de rotas competitivas de produção de polímeros a partir de matérias-primas renováveis.