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Brasileiros desenvolvem materiais que inativam vírus da Covid (6 notícias)

Publicado em 27 de outubro de 2022

Estudo publicado por cientistas brasileiros na revista ACS Applied Polymer Materials mostra que materiais semicondutores à base de prata (Ag) e polipropileno (um tipo de plástico) são capazes de inativar diversos patógenos, entre eles o vírus causador da Covid-19 (SARS-CoV-2).

A pesquisa envolveu integrantes do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).

O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E o CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria com a Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo ainda recebeu apoio da Fundação por meio de outros dois projetos.

No artigo, os autores apresentam a síntese dos compósitos α-Ag2WO4, β-Ag2MoO4 e Ag2CrO4, bem como o processo de imobilização dessas moléculas em polipropileno nas quantidades de 0,5%, 1,0% e 3,0% em peso, respectivamente. Os materiais foram caracterizados por meio de várias técnicas físico-químicas e, na sequência, passaram por testes para aferir sua capacidade de inibir microrganismos patogênicos, entre eles as bactérias Escherichia coli, Staphylococcus aureus e o fungo Candida albicans.

Marcelo de Assis, pós-doutorando na UFSCar e primeiro autor do estudo, contou para a Assessoria de Imprensa do CDMF que a melhor eficiência antimicrobiana foi alcançada pelo compósito com α-Ag2WO4, que eliminou completamente os microrganismos em até quatro horas de exposição. Os compostos também foram testados contra o vírus SARS-CoV-2, mostrando eficiência antiviral superior a 98% em apenas dez minutos.

“A atividade antimicrobiana dos compostos foi atribuída à produção de espécies reativas de oxigênio pelos semicondutores, que podem induzir alto estresse oxidativo local, causando a morte desses microrganismos”, explicou Assis. O pesquisador também ressaltou que, durante o estudo, foi avaliada a estabilidade da atividade antimicrobiana, que se mostrou constante mesmo após o envelhecimento do material.