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Luiza Cosméticos

Brasileiros desenvolvem marcador capaz de identificar câncer de pâncreas (1 notícias)

Publicado em 02 de outubro de 2018

Cientistas brasileiros conseguiram desenvolver um dispositivo de baixo custo capaz de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas com alta sensibilidade e seletividade. Apesar de ser considerado um tipo de tumor raro no Brasil, a doença é altamente letal por ter sintomas que demoram para aparecer e quando surgem, indicam estágio avançado, tornando o tratamento mais difícil.

Com o apoio da Fapesp, que apoia o projeto, os pesquisadores construíram um biossensor que demonstrou conseguir identificar o biomarcador do câncer de pâncreas em amostras reais de sangue e de células tumorais em uma faixa de relevância clínica, conforme informou um dos criadores do marcador e professor do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), Osvaldo Novais de Oliveira Junior.

Além de Oliveira, outros pesquisadores do IFSC-USP, em parceria com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), do Hospital de Câncer de Barretos, e a Universidade do Minho, de Portugal, participaram do projeto.

O dispositivo é formado por duas lâminas em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro), compostas por ácidos e anticorpos que reconhecem o antígeno CA19-9, proteínas existentes nas células cancerígenas.

“O antígeno CA19-9 não é completamente específico para detecção de câncer de pâncreas

. Pacientes com pancreatite (inflamação do pâncreas) também podem apresentar alteração na produção dessa proteína”, explicou Oliveira.

Atualmente a detecção do CA19-9 é feita por meio do teste Elisa, que é um exame de sangue de alto custo e sensibilidade limitada, sendo difícil para detectar o tumor em estágio inicial.

“Produzimos o imunosensor com arquitetura mais simples possível para imobilizar anticorpos da proteína CA19-9. Para conseguir obter alta sensibilidade ao antígeno, a arquitetura de imunossensores que foi desenvolvida antes era mais complicada, utilizava mais materiais e tinha mais etapas de construção.”

Segundo o pesquisador, os resultados dos testes mostram que já é possível utilizar o imunossupressor na prática, mas há dois desafios: o de produzir os dispositivos em larga escala com os mesmos resultados e as análises de dados gerados pelos testes para estabelecer os padrões de detecção.

“Essas análises poderão ser feitas por meio de técnicas de computação, que permitem visualizar os dados em gráficos, e de seleção de atributos, que possibilitam escolher parte de um sinal gerado pelos testes para fazer distinções de padrões. Esse trabalho exigirá pesquisas com a participação de cientistas da computação”, disse.

*Com informações da Agência Brasil