Agência Fapesp
SÃO PAULO - Pesquisadores do Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Computação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) começaram a ingressar em uma área até então dominada no Brasil por cientistas situados nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
No início de janeiro eles concluíram o desenvolvimento do primeiro chip (circuito integrado) projetado e implementado no Mato Grosso do Sul.
Voltado para utilização em qualquer aparelho eletrônico, como computadores, celulares e tocadores de música digitais, o dispositivo apresenta uma tecnologia inédita no mercado de equipamentos eletroeletrônicos.
Enquanto os chips atuais possuem dois níveis lógicos de tensão elétrica, que convertem os sinais analógicos da energia recebida diretamente de uma tomada convencional em sinais digitais, o novo dispositivo é um conversor analógico digital que trabalha com múltiplos níveis lógicos. Em função disso, é bem menor e pode agregar mais funcionalidades do que um chip convencional.
"Essa tecnologia pode ser uma alternativa para a redução do tamanho e para a agregação de mais funcionalidades pelos chips, que são duas das principais tendências na indústria de microeletrônica hoje", disse Ricardo Ribeiro dos Santos, professor da Faculdade de Computação da UFMS, à Agência FAPESP.
Para desenvolver o novo dispositivo, pesquisadores da UFMS começaram a vir nos últimos anos para universidades e instituições de pesquisa em São Paulo, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), para cursar doutorado e realizar treinamento em microeletrônica e em projetos de chips.