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Brasileiros criam aparelho portátil para descobrir doença nos olhos (1 notícias)

Publicado em 24 de maio de 2017

Por Débora Duarte

Na maioria das vezes, quando um morador de uma cidade do interior precisa fazer um exame médico específico precisa se deslocar até outro município. O exame de retina chamado retinografia, por exemplo, só está disponível em 15% das cidades brasileiras. Pensando em atender o restante da população, os amigos Flávio Pascoal, Diego Lencione, e José Augusto Stuchi criaram a Phelcom. A startup desenvolveu um aparelho portátil que realiza esse exame em conexão com um smartphone.

Os sócios se conheceram durante o curso de Engenharia na USP de São Carlos (SP). A história do negócio começou em 2014 quando Lencione apresentou o projeto para os amigos e decidiram empreender juntos. No início, era apenas uma ideia no papel. Ficaram quase dois anos desenvolvendo a ideia e pensando no melhor caminho até que, em janeiro de 2016, inscreveram-se para um projeto da Fapesp e conseguiram o apoio da instituição.

Em março, a empresa foi formalizada e todos passaram a trabalhar inteiramente para o projeto. Em julho, passaram no processo de incubação do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, onde residem até hoje. No total, a Fapesp já investiu R$ 600 mil na Phelcom e, no final de 2016, receberam R$ 200 mil no Programa de Promoção da Economia Criativa da Samsung.

A proposta de atuar no setor de exames oftalmológicos veio do fato de que, segundo os fundadores, a população não tem fácil acesso a retinografia. “Como já trabalhamos com equipamentos médicos, identificamos uma demanda de mercado. Muitas pessoas precisam se deslocar até grandes centros para ter acesso a esse equipamento e, com os problemas da rede pública, algumas pessoas ficam cegas enquanto esperam ser atendidas”, diz Pascoal.

O aparelho desenvolvido pelos engenheiros é um pequeno equipamento que pode ser conectado a qualquer smartphone. Isso faz com que o exame possa ser feito em qualquer lugar e, pelo sistema desenvolvido, os resultados são enviados para um médico do centro de leitura que faz o diagnóstico.

Com esse aparelho, é possível priorizar os pacientes mais urgentes e facilitar o uso dos profissionais de saúde. “Médicos que não são técnicos em retina podem fazer o exame e enviar o resultado para os que são especializados no assunto”, afirma o empreendedor.

Atualmente, a Phelcom está nas fases finais de pesquisas e pretende, até 2018, produzir e comercializar o retinógrafo portátil. A startup tem o objetivo de vender esse aparelho para as redes públicas e privadas de saúde de diversos municípios brasileiros, principalmente aqueles em regiões mais afastadas. Depois do início das vendas, esperam ter o retorno dos investimentos em aproximadamente três anos.