A comissão científica internacional que vai revisar e supervisionar os trabalhos do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) terá o físico brasileiro Carlos Henrique de Brito Cruz entre os 12 componentes.
O órgão é vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas), e recentemente foi muito criticado por erros em publicações científicas.
Cruz é diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e foi reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) entre 2002 e 2005.
Em março, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse à imprensa que solicitou ao Conselho Interacadêmico (InterAcademy Council, IAC), sediado na Holanda, que faça um estudo sobre os procedimentos e métodos seguidos pelo IPCC.
Pouco antes da COP15, a cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas, ocorrida em dezembro passado na Dinamarca, explodiu um escândalo conhecido como climagate. Computadores da Universidade East Anglia, no Reino Unido, um dos centros de maior prestígio internacional neste assunto, foram invadidos e mais de mil e-mails e 3.000 documentos trocados entre cientistas do clima foram roubados.
O material, que revelaria uma suposta manipulação de dados para reforçar a tese do aquecimento global, está sendo usado por críticos para alertar que a necessidade de corte de emissões de CO2 (gás carbônico) não passaria de uma farsa planetária. Algumas mensagens deram a entender que os autores ocultaram dados.
Em 2007, o IPCC disse ter pelo menos 90% de certeza de que os homens são responsáveis pelo aquecimento global.
Rajendra Pachauri, cientista indiano e presidente do IPCC, negou a acusação e reforçou a ideia de que o maior responsável pelo aquecimento global é mesmo o homem.
Em outro caso, um grupo de pesquisadores do órgão, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007 e cujas pesquisas servem de base para a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês) foi questionado por céticos do aquecimento global, depois de ter reconhecido um erro lamentável ao afirmar que as geleiras do Himalaia poderiam desaparecer até 2035, ou até mesmo antes.
Criado há 20 anos, o IPCC publica a cada seis ou sete anos um boletim que serve de referência nas negociações internacionais sobre mudança climática.
[com informações do R7]