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Diário do Nordeste online

Brasileiro e suíço descobrem, na Espanha, ninho preservado de ave mais antigo

Publicado em 12 janeiro 2013

Por Adriano Queiroz

Há 18 milhões de anos, no período Mioceno, nossos ancestrais eram uma espécie de meio caminho entre um babuíno e um orangotango, ou algo mais parecido com os atuais gibões.

Nessa mesma época, no que hoje é a Espanha, vivia uma espécie de ave que é um ancestral comum entre os flamingos e os mergulhões, na atualidade aves bem diferentes uma da outra. Pois foi justamente entre fósseis desse elo perdido que se achou o ninho de ave bem preservado mais antigo.

A pesquisa envolveu um cientista brasileiro, Luiz Fábio Silveira, e um suíço, Gerald Grellet-Tinner. De acordo com o estudo da dupla, a ave “tinha a estrutura óssea e provavelmente a aparência similares às de um grande flamingo atual, com pernas longas, pescoço comprido, bico curvo. A altura atingia por volta de 1,5 metro”.

Os vestígios do ninho dessa ave, ainda não batizada, foram encontrados praticamente intactos no que um dia foi um raso lago de água salina, hoje soterrado por camadas de sedimentos, na bacia calcária do rio Ebro, norte da Espanha.

Ao lado do ninho, que protegia ovos semialongados com dimensões máximas de 4,5 por 3 centímetros, foram resgatados uns poucos fragmentos de ossos do pé (tarso e metatarso) e um bem preservado tibiotarso esquerdo, a popular coxa da ave.

Estudos da anatomia e da genética de flamingos e mergulhões sugerem que, num passado remoto, elas tiveram um ancestral comum há mais de 20 milhões de anos, durante a época geológica denominada Mioceno. Desse período, já era conhecido o gênero Palaelodus, que pode ser parente dos três grupos animais.

A nova espécie de paleoflamingo parece indicar que os primeiros exemplares dessa família de aves tinham hábitos reprodutivos e de construção de ninhos semelhantes aos dos mergulhões.

O fóssil espanhol seria um resquício de um tempo remoto em que os ninhos de mergulhões e flamingos exibiam estrutura parecida.

Com Informações: Pesquisa Fapesp