O imunizante com tecnologia 100% nacional será produzido em larga escala, em parceria com o Instituto Butantan
O Brasil terá uma vacina 100% nacional contra a dengue no SUS – Sistema Único de Saúde -, a partir do ano que vem. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa terça-feira (25 de fevereiro), em Brasília.
O imunizante com 100% de tecnologia nacional será produzido em larga escala, por meio de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics. A previsão é que, a partir de 2026, sejam ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme demanda e capacidade produtiva. A vacina terá dose única.
O investimento do governo federal será de R$ 1,26 bilhão. Também estão previstos R$ 68 milhões em estudos clínicos para ampliar a faixa etária a ser imunizada e incluir idosos, além de avaliar a coadministração da dose contra a dengue com a vacina contra o Chikungunya, também desenvolvida pelo Instituto Butantan.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda avalia o pedido de registro da vacina nacional contra a dengue, feito pelo Instituto Butantan em dezembro de 2024. Há cerca de duas semanas, a agência solicitou mais informações e dados complementares sobre a vacina e informou que foi concluída, de forma antecipada, a análise de dados de qualidade, segurança e eficácia apresentados.
O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacinação no país teve início em fevereiro de 2024 em 315 municípios e, desde então, vem sendo ampliada, chegando atualmente a 1.921 municípios, conforme o Ministério da Saúde.
DENGUE NO BRASIL
Ainda de acordo com o governo federal, a vacina segue como prioridade no enfrentamento à dengue no país. Entretanto, até que a vacinação em massa aconteça, a orientação é manter o reforço de ações de prevenção, vigilância e preparação da rede de assistência, visando evitar mortes.
Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses indicam que, em 2025, o Brasil registra 401.408 casos prováveis de dengue e 160 mortes confirmadas pela doença, além de 387 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 188,8 casos para cada 100 mil habitantes.