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Brasil tem potencial para produzir biocombustível suficiente para aviação a partir de resíduos

Publicado em 24 maio 2021

Pesquisa da RSB apresentada na conferência Biofuture Summit II/BBEST2020-21 aponta o grande potencial de produção de bioquerosene no país, que pode reduzir em até 85% as emissões de CO2. O setor de aviação é responsável por cerca de 11% das emissões globais de CO2 do setor de transportes. Em teoria, o volume da produção no País superaria o da demanda interna.

O Brasil tem enorme potencial para ser um grande produtor de biocombustível para aviação, mas isso depende da capacidade do país em aproveitar os resíduos de bagaço e da palha de cana de açúcar, da indústria de madeira, do óleo de cozinha usado, do sebo bovino e de gases da indústria siderúrgica. Esse é o resultado do estudo da RSB - Roundtable on Sustainable Biomaterials, que integra o projeto Fuelling the Sustainable Bioeconomy, financiado pela Boeing Global Engagement – e que será tema da conferência Biofuture Summit II/BBEST2020-21 de 24 a 26 de maio, por meio virtual. O evento é organizado pelo governo brasileiro e pela FAPESP.

Segundo a pesquisa, o país tem capacidade de produzir 9 bilhões de litros por ano de biocombustível de aviação a partir de resíduos, sendo que os biocombustíveis de aviação têm potencial de redução de emissões de CO2 de 60 a 85% em comparação às fontes de energia fósseis. Esse volume de bioquerosene seria suficiente para abastecer o mercado interno e ainda destinar parte para exportação.

O estudo considerou três diferentes rotas de produção de combustíveis combinadas com cinco matérias-primas residuais. As rotas são HEFA (hydroprocessing of esteres and fatty acids), utilização de ácidos graxos, como óleo vegetal e gordura animal para produzir biocombustíveis; ATJ (alcohol-to-jet), conversão de alcoóis, como etanol, em biocombustíveis de aviação e Fischer-Tropsch (FT), gaseificação da biomassa vegetal e conversão dos gases em biocombustíveis de aviação. As matérias-primas são resíduos do bagaço e da palha de cana de açúcar, da indústria de madeira, do óleo de cozinha usado, do sebo bovino e de gases da indústria siderúrgica.

A líder de Novos Negócios na América Latina da RSB, Maria Carolina Grassi é uma das responsáveis pela pesquisa e vai detalhar o estudo na plenária ‘Decolagem de Biocombustíveis de Aviação/ Políticas de Promoção de Tecnologia e apoio à Inovação em Bioeconomia’ durante a conferência Biofuture Summit II/BBEST2020-21. Grassi explica que o foco da pesquisa é criar bases técnicas, políticas e econômicas para incentivar o desenvolvimento do setor de biocombustíveis para aviação no Brasil. “O SAF, Combustível Sustentável de Avião, é a melhor alternativa para cumprir os acordos mundiais de descarbonização. A vocação agrícola e o legado do etanol faz com que o Brasil tenha condições para ser um grande ou até o maior produtor e exportador de biocombustível”, afirma.

“Por meio do uso de resíduos é possível aumentar a produtividade dos biocombustíveis, considerando o mesmo espaço de terra. Nesses casos, por usar o resíduo de cultivos já existentes, a pegada de carbono envolvida é praticamente nula. A pesquisa da RSB foi feita em colaboração com a Agroícone e com professores da Unicamp e UNIFEI. O trabalho está inserido no scopo do projeto “Fuelling the Sustainable Bioeconomy”, financiado pela Being Global Engagement para alavancar os combustíveis sustentáveis de aviação no Brasil, África do Sul e Etiópia.

Em sua apresentação, a líder de Negócios da América Latina da RSB também demonstrará a ‘Calculadora para análise de viabilidade técnico-econômica de Produção de Biocombustível para Aviação’. Essa ferramenta é amigável e didática e foi desenvolvida para auxiliar produtores de biocombustíveis, formadores de políticas públicas, a tomarem decisões quanto às novas matrizes energéticas para o setor de transporte viário.

O diretor-geral da Boeing Brasil e VP de Políticas Globais, Landon Loomis, participará do painel ‘Decolagem de Biocombustíveis de Aviação’ e apresentará as iniciativas que a empresa tem apoiado para promover a descarbonização no setor de aviação. \"Estou honrado de poder participar da discussão sobre combustíveis sustentáveis de aviação durante o evento. A Boeing é uma das pioneiras no movimento e trabalha para que essa tecnologia seja cada vez mais usada pelo setor aéreo. A empresa quer permanecer ao lado do Brasil nessa trajetória, que pode levar o país a ser um dos protagonistas no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis e no cumprimento das metas para a redução das emissões de carbono\", afirma.

Plano de voo

A indústria da aviação está comprometida com a redução do impacto ambiental de sua operação e estabeleceu metas ousadas como atingir o crescimento neutro em carbono e reduzir em 50% as emissões de dióxido de carbono até 2050. Atualmente o setor de aviação é responsável por cerca de 11% das emissões globais de CO2 do setor de transportes, que representa cerca de 1 bilhão de toneladas de CO2 por ano.

“O Brasil emite hoje 17 milhões de toneladas de CO2. Desse total, 4% de todas as suas emissões têm origem na aviação. O uso de biocombustíveis a partir de resíduos orgânicos é uma alternativa para a redução de emissões”, disse Grassi.

Rotas de Produção de Biocombustível de aviação por resíduos

- bagaço de cana é gerado durante moagem de cana, enquanto palha de cana é

recuperada do campo (uma quantidade mínima deve permanecer no solo para

benefício do meio ambiente);

- resíduos de madeira são gerados durante as operações de colheita de

florestas plantadas de eucalipto. Relatórios recentes da indústria

madeireira brasileira afirmam que parte desses resíduos são deixados no

campo;

- gases de combustão liberados do refino de aço. Esses processos são

adequados para a produção de etanol por meio de uma tecnologia de

fermentação, que já alcançou escala comercial;

- sebo bovino é obtido pela separação dos resíduos gerados por meio de

limpeza de carcaça, tal como ossos, vísceras e gordura;

- resíduo do óleo de cozinha compreende no residual do óleo de fritura

gerado em residências ou serviços de alimentação.

(*) Fonte: estudo RBS, Maria Carolina Grassi, líder de Novos Negócios na América Latina da RSB estudo RSB.

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