Foi firmada hoje uma importante parceria que contribuirá para a produção de biocombustíveis para a indústria da aviação. Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Boeing e Embraer assinaram carta de intenção para colaboração em pesquisa e evolução na área. O Brasil é o país escolhido para desenvolver indústria de combustíveis menos impactantes ao meio ambiente.
"Esse acordo tem significado importante para o futuro do Brasil, da Boeing e também o da indústria da aviação. Estamos convencidos de que o futuro da aviação depende da sustentabilidade", declarou Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil, no evento de assinatura da parceria, realizado hoje em São Paulo. O uso de combustível mais limpo deverá reduzir significadamente os gases do efeito estufa que o setor emite.
A primeira fase desta parceria, que deverá durar entre nove e 12 meses, consiste no desenvolvimento de um estudo sobre as oportunidades e desafios da criação de uma indústria de produção brasileira e sobre a distribuição do combustível produzido a partir de fontes renováveis. "A pesquisa vai identificar todas as possibilidades, variantes e barreiras de cada tecnologia", afirmou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp que coordenará esta fase. Ele também citou algumas formas de produção do biocombustível, como a partir de óleos vegetais, da sacarose da cana de açúcar e da gaseificação de biomassa.
Depois dessa fase, será criado um centro de pesquisas focado no desenvolvimento de tecnologias para a produção de biocombustíveis para aeronaves e na sua viabilidade comercial. A universidade que abrigará o centro será selecionada por edital da Fapesp, de acordo com o Programa Fapesp Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão.
As companhias aéreas Azul, Gol, TAM e Trip atuarão como consultores estratégicas do programa. "Esta parceria reforma a tendência da participação de empresas na pesquisa. Ela será importante, principalmente, quando o conhecimento obtido se internacionalizar", disse Suely Vilela, membro do Conselho Superior da Fapesp.
"O governo brasileiro está focado na sustentabilidade de combustíveis. Não venderemos biocombustíveis, mas queremos fomentar esse mercado, sem competir com a produção de alimentos", afirmou Shephard Hill, presidente da Boeing Internacional.