Ministério da Saúde diz que culpa da doença é das mudanças climáticas e que vacinação não irá conter epidemia.
O Brasil atingiu a marca de 1,8 milhão de casos de dengue, estabelecendo um novo recorde, informou o Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 20. A ministra Nísia Trindade citou as mudanças climáticas como uma das causas do surto. O país também registrou 561 mortes em decorrência da doença até o momento.
A falta de vacinas disponíveis é uma preocupação, com a ministra apontando que a vacina Qdenga, produzida no Japão, não está amplamente disponível. Em resposta, o governo está estimulando a produção local através do Instituto Butantan, embora ainda não haja um cronograma definido para a distribuição das doses.
Nísia Trindade ressaltou que a vacinação, apesar de ser uma ferramenta importante, não é a solução imediata para a epidemia, dada a necessidade de duas doses e o intervalo de três meses entre elas. O país contabilizou 1.937.651 casos de dengue desde o início do ano, com 16.494 casos considerados graves. O coeficiente de incidência é de 954,2 casos por 100 mil habitantes, com 630 mortes confirmadas e 1.009 em investigação.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério, destacou um aumento nos casos graves em comparação com o mesmo período do ano anterior. O alerta se intensifica com o registro de mais pacientes em estado grave nos serviços de saúde. Onze estados brasileiros declararam emergência em saúde pública devido à dengue, e existem 350 decretos municipais de emergência, principalmente em Minas Gerais. A maioria das mortes ocorreu entre idosos, com a distribuição etária mostrando maior vulnerabilidade com o avanço da idade.
Os dados revelam ainda que o tempo médio entre o início dos sintomas e a notificação, internação ou agravamento da doença é curto, ressaltando a necessidade de atenção e monitoramento rápido dos pacientes para evitar complicações severas e mortes.