Neste ano, país registrou 235 mortes confirmadas e tem 491 óbitos em investigação •
O Brasil registrou uma queda de 68,6% nos casos prováveis de dengue nos dois primeiros meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Dados do Ministério da Saúde apontam 502 mil casos prováveis, 235 mortes confirmadas e 491 óbitos em investigação nas nove primeiras semanas do ano. As informações são da Agência Brasil.
No mesmo período de 2024, quando o país enfrentou a maior epidemia de dengue da história , foram contabilizados 1,6 milhão de casos prováveis, 1.356 mortes confirmadas e 85 em investigação. A redução no número de mortes confirmadas foi de 82% em relação ao ano passado. Apesar da queda expressiva, o total de casos segue alto. Em 2023, por exemplo, foram 261 mil casos prováveis no mesmo intervalo, com 189 mortes confirmadas e 13 em investigação.
Sudeste concentra maior número de casos
A região Sudeste lidera os registros de dengue em 2025, com 367 mil casos prováveis e 191 mortes confirmadas. São Paulo concentra a maior parte das ocorrências, totalizando 291 mil casos prováveis e 176 mortes confirmadas.
No estado, a tendência diverge do cenário nacional. Em 2024, o mesmo período registrou 271 mil casos prováveis e 226 mortes confirmadas. O aumento de 7,3% nos casos chama a atenção das autoridades de saúde, que monitoram a situação.
Segundo o Ministério da Saúde, o principal fator de preocupação é a presença do sorotipo 3 da dengue, que não circulava no Brasil há 15 anos. O ministério destaca que esse sorotipo tem potencial para causar formas mais graves da doença.
Circulação do sorotipo 3 gera alerta
O Ministério da Saúde alerta que a circulação de um novo sorotipo pode desencadear “ epidemias significativas “. Entre 2000 e 2002, a introdução do sorotipo 3 no país esteve associada a um aumento expressivo de casos.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) também emitiu um alerta para o risco de surtos na América Latina devido à presença desse sorotipo. Além do Brasil, o sorotipo 3 foi identificado em países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Porto Rico.
A orientação das autoridades de saúde é eliminar criadouros do Aedes aegypti, transmissor da dengue, combatendo locais com água parada. O uso de repelente e a instalação de telas em janelas são recomendados como medidas preventivas.
Em caso de sintomas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de buscar assistência médica imediata para evitar complicações da doença.
Brasil terá vacina 100% nacional
Em fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir de 2026, . O desenvolvimento do imunizante é fruto de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, com um investimento previsto de R$ 1,26 bilhão.
O anúncio foi feito pela então ministra da Saúde, Nísia Trindade, que, durante a cerimônia no Palácio do Planalto, fez um discurso sobre a importância das vacinas, sendo ovacionada pelo público. Nísia e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também estava presente no evento, não abordaram rumores sobre possíveis mudanças na pasta.
“ A gente espera, em dois anos, poder vacinar toda a população elegível [de 2 a 59 anos] ”, afirmou a ministra. Ela explicou que, inicialmente, os idosos não poderão tomar a vacina.
“ Por enquanto, os idosos ainda não poderão tomar a vacina porque, quando as vacinas são testadas, há sempre um cuidado com a população idosa ”, disse.
A ministra também ressaltou que, com a aprovação do imunizante, o Brasil será o primeiro país a vacinar sua população com uma vacina contra a dengue de dose única.
“ Com isso, teremos a possibilidade de vacinar a população brasileira dentro da faixa que for recomendada pela Anvisa para a dengue, um fato único no mundo até agora “, completou.