O Brasil registrou 184 mortes por dengue em 2024 até esta segunda-feira (26). Outros 609 óbitos são investigados. Até a última sexta-feira (23), haviam sido registradas 150 mortes em decorrência do agravamento da doença.
O ministério da Saúde ainda registra 920.427 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses da Pasta.
O estado de Minas Gerais registrou 311 mil casos prováveis, com incidência de 1515 infectados a cada 100 mil habitantes.
Já o Distrito Federal registra 98 mil possíveis doentes, mas a incidência é a maior do país em relação à proporção da população: 3484,8 infectados a cada 100 mil habitantes.
Vacinação contra dengue
Em outra frente, o governo federal está distribuindo, nesta semana, a segunda remessa com 523 mil doses da vacina da dengue para cidades de dez estados, selecionados para a campanha de 2024.
Com as novas unidades, todas as 521 cidades escolhidas terão unidades suficientes para começar o esquema vacinal de crianças de 10 e 11 anos até a segunda semana de março.
As vacinas da nova leva são destinadas a 206 municípios espalhados na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.
Em alguns locais, a idade de imunização já será ampliada, como é o caso do Mato Grosso do Sul. A Secretaria Estadual de Saúde publicou uma portaria que permite a ampliação da vacinação contra a dengue para adolescentes de até 14 anos em todo o estado. Entretanto, a imunização depende do estoque de doses em cada município.
A primeira remessa do imunizante, com 712 mil aplicações, foi enviada pelo ministério no início do mês, mas apenas para 321 cidades receberam, incluindo São Paulo, Distrito Federal e Bahia.
Em razão da pequena quantidade de doses, o ministério da Saúde argumenta que tem de fracionar os envios. Os lotes com a dose de reforço serão enviados no intervalo de 90 dias.
O laboratório Takeda, responsável pela produção da vacina Qdenga, deverá produzir e entregar as 7 milhões de doses até o final do ano.
O coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, destaca que nos últimos dez anos, a faixa etária selecionada para a vacinação está entre as mais afetadas por número de casos e óbitos, e alerta para a oportunidade de imunizar as crianças.
"O Brasil é pioneiro a oferecer a vacina pelo SUS. É uma oportunidade de ouro para garantir que essas pessoas estejam imunizadas contra a dengue. Lembrando que é importante imunizar com as duas doses, no intervalo de três meses, portanto, não deixem de levar as crianças às unidades de saúde. Infelizmente, a dengue ainda mata", disse.
E a vacina do Butantan?
O ministério da Saúde ainda segue em tratativas com o Instituto Butantan, que deverá obter autorização da Anvisa para a Butantan-DV, imunizante contra a doença.
A candidata a vacina contra a dengue do Instituto apresentou eficácia de 79,6%, resultados considerados positivos pelo diretor do Butantan, Esper Kallás. O imunizante ainda passa por ensaios clínicos complementares e deverá passar por processo regulatório antes de ser disponibilizado à população.
Prevenção em casa
Segundo o 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) do ministério da Saúde, 75% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios.
Por isso, a orientação é evitar o acúmulo de água em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros).