Ruth Helena Bellinghini escreve de Angra dos Reis, RJ, para "O Estado de SP":
A Fapesp vai investir US$ 850 mil no seqüenciamento do Schistosoma mansoni, o parasita causador da esquistossomose, que atinge cerca de 120 milhões de brasileiros.
O anuncio foi feito na abertura da Brazilian International Genome Conference, que reúne 500 especialistas de todo o mundo.
O trabalho, coordenado por Sérgio Verjovski-Almeida, do Instituto de Química da USP, vai envolver sete grupos de pesquisa - quatro na USP, um da Unicamp, alem de equipes do Instituto Butanta e do Instituto Ludwig.
"Hoje já existem 12 mil segmentos de DNA do esquistissoma sequenciados, mas nossa meta é elevar esse número para 120 mil", diz Verjovski-Almeida.
O trabalho deve durar entre 12 e 18 meses e vai se concentrar na cercaria, fase de vida do parasita em que ocorre a infestação do ser humano. O parasita entra no corpo através da pele, cai na circulação e pode ovos capazes de bloquear artérias. O paciente pode sofrer de insuficiência hepática e desnutrição.
O seqüenciamento será feito a partir de copias do DNA do parasita, o chamado DNA complementar. O RNA mensageiro é isolado e usado para produzir a seqüência de DNA que o complementa. A estratégia é identificar alvos nessas seqüências sobre os quais é possível agir, com vacinas ou drogas.
O Ministério da C&T formalizou na conferencia a criação da Rede Nacional de Seqüenciamento do Projeto Genoma Brasileiro, que vai capacitar 25 laboratórios do país.
O inicio será o seqüenciamento do genoma da Chromobacterium violaceum, comum nas águas do Rio Negro, na Amazônia. (O Estado de SP, 27/3)
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