A inovação foi o tema em destaque na abertura do Seminário Abiquim de Tecnologia, realizado simultaneamente ao 12º Congresso de Atuação Responsável, em São Paulo. Quem abriu a discussão foi a deputada estadual Célia Leão (PSDB), que abordou a Lei Paulista de Inovação Tecnológica, documento que está na Assembléia há dois anos e que será sancionado em breve, com 80 emendas.
Este parque sustentável possui níveis diferente e varias ligações para pedestres. De uso misto o local liga estradas principais, estações de metro e trem. “O Brasil ainda é muito tímido neste campo e a inovação tecnológica não pode ser dissociada do social”. Segundo Célia, o Brasil patenteia poucos produtos anualmente, cerca de um terço do que faz a Austrália e apenas 10% em relação ao Canadá. “Por que eles fazem e nós não, se em 2007 o País formou 10 mil doutores e 40 mil mestres? Temos doutores desempregados”, ressaltou. De acordo com ela, o Estado de São Paulo é o maior produtor científico da América Latina, mas apenas 23% dos cientistas brasileiros desenvolvem pesquisas em laboratórios industriais. Na Coréia, esse número é de 54% e, nos Estados Unidos, ele sobre para 80%. “Essa porcentagem está diretamente relacionada à inovação tecnológica”. Segundo Célia, a missão da Lei Paulista de Inovação é facilitar a cooperação entre instituições públicas e privadas e estimular universidades, institutos e inventores a buscarem alternativas inovadoras.
Ela relatou que a lei prevê retornos financeiros para entidades como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por exemplo, que colabora com a iniciativa privada e não recebe retorno dessas pesquisas. O vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Eduardo Calmanovici, também deu seu parecer sobre o assunto. Ele explicou que a legislação brasileira neste setor está bastante evoluída, no entanto, o processo de inovação tecnológica ainda é muito lento e restrito a algumas empresas.
Segundo ele, isso se deve a vários fatores, como pouca divulgação das leis de inovação, insegurança jurídica, falta de capacitação básica, cultura empresarial retrógrada, exigência de regularidade fiscal, entre outros. “Além de tudo isso, a simples disponibilidade dos recursos não garante a inovação, pois é preciso que haja estrutura de gestão, algo de que carecemos ainda”. De acordo com ele, nossa burocracia faz com que seja mais fácil a uma empresa fazer parceria com uma universidade estrangeira do que com uma instalada no Brasil.”Diante dessa realidade, já é prática comum empresas optarem por ter seus centros de pesquisa e desenvolvimento fora do Brasil”, afirmou. Na sequência, Luis Rubinstein, mestrando na Escola de Química da UFRJ, traçou um panorama da indústria química, desde seu surgimento, no século XIX, com projeções até 2025. Nessa análise, ele levantou questões como: “terá o País, ainda, condições de induzir investimentos nos elos perdidos da cadeia química, ou, como competir com Índia e China, países com forte orientação do Estado”? Segundo ele, no cenário mundial o Brasil é visto com bons olhos por ser uma economia de grande porte, por sua riqueza em recursos naturais, por ter população numerosa e por ter um sistema financeiro desenvolvido. Porém, têm gastos públicos crescentes, alta carga tributária, burocracia, corrupção, falta de segurança pública, dentre outras questões que podem emperrar esse processo evolutivo.