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Brasil pode reduzir 800 milhões de toneladas de CO₂ com biocombustíveis até 2030, aponta estudo (47 notícias)

Publicado em 13 de junho de 2025

A descarbonização do transporte no Brasil pode ser acelerada com o uso de biocombustíveis, segundo estudo apresentado no seminário “Brasil em Movimento”, promovido pelo MBCBrasil (Mobilidade de Baixo Carbono). O evento foi realizado em São Paulo no dia 16 de junho de 2025 e reuniu representantes de diferentes setores, incluindo Governo, empresas, academia e sociedade civil.

O estudo “Biocombustíveis como solução imediata e eficaz para a descarbonização do transporte” foi conduzido pela Professora Doutora Glaucia Souza, da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisadora, que também coordena o Programa BIOEN da FAPESP, estima que o Brasil pode evitar até 800 milhões de toneladas de CO₂ até 2030 por meio da ampliação do uso de biocombustíveis.

Segundo o levantamento, a bioenergia já representa 50% dos recursos renováveis globais, e a produção de biocombustíveis precisa crescer 2,5 vezes na próxima década para garantir impacto significativo na mitigação das mudanças climáticas.

Durante o seminário, José Eduardo Luzzi, coordenador do Conselho de Administração do MBCBrasil, afirmou:

“Este seminário é um marco para o debate sobre a mobilidade sustentável no país. Nosso objetivo é apresentar soluções concretas, baseadas em ciência e reforçar que o Brasil tem um potencial imenso para liderar a descarbonização do transporte.”

A professora Glaucia Souza destacou que o Brasil já domina as tecnologias necessárias e que os biocombustíveis “são muito mais do que uma alternativa, mas uma realidade”. Ela também refutou a alegação de que há competição entre produção de alimentos e bioenergia:

“Desmistificar essa falsa competição entre alimentos e bioenergia é essencial. Os biocombustíveis, quando produzidos de forma sustentável, podem ser um motor de desenvolvimento e potencializar a sustentabilidade do setor agrícola.”

A pesquisa também defende o uso de práticas como o cultivo duplo, que melhora a eficiência do uso da terra, auxilia no sequestro de carbono e promove a biodiversidade.

O seminário contou ainda com a presença de nomes relevantes do setor, como Erasmo Battistella, CEO da Be8; Evandro Gussi, presidente da UNICA; e o deputado federal Arnaldo Jardim, relator do projeto do combustível do futuro.

Battistella afirmou que os biocombustíveis representam “uma oportunidade de modernização e fortalecimento da indústria brasileira”. Já Gussi defendeu políticas públicas estáveis e regulação de longo prazo. “O diálogo fomentado pelo MBCBrasil é essencial para construir essas pontes entre o setor e o poder público, garantindo previsibilidade e segurança para os investimentos necessários.”

O estudo também aponta que os biocombustíveis são fundamentais para o Brasil se posicionar como líder da chamada economia verde, com possibilidade de gerar milhares de empregos sustentáveis até 2030.

Para Luzzi, do MBCBrasil, o país pode ser modelo global. “O MBCBrasil está na linha de frente dessa transformação, promovendo a integração entre biocombustíveis e bioeletrificação como caminhos complementares para uma mobilidade de baixo carbono.”

Clique aqui para acessar o estudo na íntegra.